Este texto foi escrito por uma mãe especial e dedicado à outra mãe especial.
Seu bebê nasceu com má formação no cérebro e não tem prognóstico de respirar sozinho.
Por Cylene Medrado
Nosso primeiro suspiro de amor acontece quando o “amor” que cresce em nós chama-se filho. Suspiramos desde o início da gestação, seja com a notícia do sexo do bebê, com o peso da barriga a cada mês, a sensação de estomago cheio e dos pés inchados. Sim. Suspiramos... A relação de amor com os filhos desperta esse suspiro longo e apaixonado anteriormente desconhecido. Buscamos fôlego longo e reflexivo pra encontrar forças inimagináveis para superarmos cada descoberta sobre nossos filhos. Mas descobertas sobre nosso bebê abrem feridas que não imaginamos. E não existe diagnóstico ou tratamento que médicos e remédios possam intervir. Falo da “dor do amor”. A dor do amor é assim. Chega arrebatando tudo e todos e, quando nos tornamos consciente dessa dor, já amadurecemos. Cada sobressalto, medo e esperança mobiliza nossas emoções. Até uma nova dor ferir nosso forte e grande coração. Mas os filhos fazem isso. Ficamos extremadas entre a alegria e tristeza, sorriso e lágrimas, perdas e ganhos. “Eis que surge o suspiro”. Prosseguindo o dia-a-dia, ali e aqui restabelecemos a conexão entre nosso suspiro e Deus. Inspiramos os problemas confiantes nos milagres divinos e expiramos as prováveis soluções baseadas na força de cada fôlego desse amado filho. Assim nos sentimos mais vivas com esse amor. Ele alimenta nosso sono. Ele transcende nossa alma e purifica nosso sangue. Assim, agem os querubins. Mensageiros. Trazem consigo as bênçãos que necessitamos. Trazem sopro e luz. Esse é nosso pequeno Miguel. Mensageiro da vida. Lutando diariamente a cada suspiro. Respirando cuidadosamente sua vida. Que seja abençoado cada suspiro em nome do Miguel. E a cada momento que lhe faltar o fôlego, querida Silvia Rego, saiba que os desígnios de Deus e a força do anjo Miguel realizam grandes “milagres”.