31 de janeiro de 2016 Comments

Como o autismo ajudou Messi a se tornar o melhor do mundo

 
Messi é autista. Ele foi diagnosticado aos 8 anos de idade, ainda na Argentina, com a Síndrome de Asperger, conhecida como uma forma branda de autismo. Ainda que o diagnóstico do atleta tenha sido pouco divulgado e questionado, como uma maneira de protegê-lo, o fato é que seu comportamento dentro e fora de campo são reveladores.
 
Ter síndrome de Asperger não é nenhum demérito. São pessoas, em geral do sexo masculino, que apresentam dificuldades de socialização, atos motores repetitivos e interesses muito estranhos. Popularmente, a síndrome é conhecida como uma fábrica de gênios. É o caso de Messi.
 
É possível identificar, pela experiência, como o autismo revela-se no seu comportamento em campo — nas jogadas, nos dribles, na movimentação, no chute. “Autistas estão sempre procurando adotar um padrão e repeti-lo exaustivamente”, diz Nilton Vitulli, pai de um portador da síndrome de Asperger e membro atuante da ong Autismo e Realidade e da rede social Cidadão Saúde, que reúne pais e familiares de “aspergianos”.

“O Messi sempre faz os mesmos movimentos: quase sempre cai pela direita, dribla da mesma forma e frequentemente faz aquele gol de cavadinha, típico dele”, diz Vitulli, que jogou futebol e quase se profissionalizou. E explica que, graças à memória descomunal que os autistas têm, Messi provavelmente deve conhecer todos os movimentos que podem ocorrer, por exemplo, na hora de finalizar em gol. “É como se ele previsse os movimentos do goleiro. Ele apenas repete um padrão conhecido. Quando ele entra na área, já sabe que vai fazer o gol. E comemora, com aquela sorriso típico de autista, de quem cumpriu sua missão e está  aliviado”.
 
A qualidade do chute, extraordinária em Messi, e a habilidade de manter a bola grudada no pé, mesmo em alta velocidade, são provavelmente, segundo Vitulli, também padrões de repetição, aliados, claro, à grande habilidade do jogador. Ele compara o comportamento de Messi a um célebre surfista havaiano, Clay Marzo, também diagnosticado com a síndrome de Asperger. “É um surfista extraordinário. E é possível perceber características de autista quando ele está numa onda. Assim, como o Messi, ele é perfeito, como se ele soubesse exatamente o comportamento da onda e apenas repetisse um padrão”. Mas autistas, segundo Vitulli, não são criativos, apenas repetem o que sabem fazer. “Cristiano Ronaldo e Neymar criam muito mais. Mas também erram mais”, diz ele.
 
Autistas podem ser capazes de feitos impressionantes — e o filme Rain Man, feito em 1988, ilustra isso. Hoje já se sabe, por exemplo, que os físicos Newton e Einstein tinham alguma forma de autismo, assim como Bill Gates.
 
Também fora de campo, seu comportamento é revelador. Quem já não reparou nas dificuldades de comunicação do jogador, denunciadas em entrevistas coletivas e até em comerciais protagonizados por ele? Ou no seu comportamento arredio em relação a eventos sociais? Para Giselle Zambiazzi, presidente da AMA Brusque, (Associação de Pais, Amigos e Profissionais dos Autistas de Brusque e Região, em Santa Catarina), e mãe de um menino de 10 anos diagnosticado com síndrome de Asperger, foi uma revelação observar certas atitudes de Messi.
 
“A começar pelas entrevistas: é  visível o quanto aquele ambiente o incomoda. Aquele ar “perdido”, louco pra fugir dali. A coçadinha na cabeça, as mãos, o olhar que nunca olha de fato. Um autista tem dificuldade em lidar com esse bombardeio de informações do mundo externo”, diz Giselle. Segundo ela, é possível perceber o alto grau de concentração de Messi: “ele sabe exatamente o que quer e tem a mesma objetividade que vejo em meu filho”.
 
Giselle observou algumas jogadas do argentino e também não teve dúvidas:  “o olhar que ‘não olha’ é o mesmo que vejo em todos. Em uma jogada, ele foi levando a bola até estar frente a frente com um adversário. Era o momento de encará-lo. Ele levantou a cabeça, mas, o olhar desviou. Ou seja, não houve comunicação. Ele simplesmente se manteve no seu traçado, no seu objetivo, foi lá e fez o gol. Sem mais”.
 
Segundo Giselle, Messi tem o reconhecido talento de transformar em algo simples o que para todos é grandioso e não vê muito sentido em fama, dinheiro, mulheres, badalação. “Simplesmente faz o que mais sabe e faz bem. O resto seria uma consequência. Outra aspecto que se assemelha muito a meu filho”.
 
Segundo Giselle, Messi tem o reconhecido talento de transformar em algo simples o que para todos é grandioso e não vê muito sentido em fama, dinheiro, mulheres, badalação. “Simplesmente faz o que mais sabe e faz bem. O resto seria uma consequência. Outra aspecto que se assemelha muito a meu filho”.
 
A ideia de uma das maiores celebridades do mundo ser um autista não surpreende, mas encanta. Messi nunca será uma celebridade convencional. Segundo Giselle, ele simplesmente será sempre um profissional que executa a sua profissão da melhor forma que consegue — mas arredio às badalações, às entrevistas e aos eventos.  “Ele precisa e quer que sua condição seja respeitada. Nunca vai se acostumar com o assédio. Sempre terá poucos amigos. E dificilmente saberá o que fazer diante de um batalhão de fotógrafos e fãs gritando ao seu redor. De qualquer modo, certamente a sua contribuição para o mundo será inesquecível”, diz ela.
 
4 de janeiro de 2016 Comments

Dia Mundial do Braille - 4 de janeiro

 
No dia 4 de janeiro comemora-se o Dia Mundial do Braille, um sistema de escrita e de leitura desenvolvido por Louis Braille que, a partir do tato, facilita, entre outros objetivos, a inclusão das pessoas cegas, permitindo que estas desenvolvam um vasto número de atividades académicas, culturais e profissionais.
 
O braille é constituído por 64 sinais, gravados em relevo no papel, obtidos pela combinação sistemática de seis pontos que, na sua forma fundamental, se agrupam em duas filas verticais e justapostas de três pontos, à imagem de uma sena de dominó ao alto.
 
Cada sinal não excede o campo tátil e pode ser identificado com rapidez, pois, pela sua forma, adapta-se exatamente à polpa do dedo.
 
Em Portugal, existe o Núcleo para o Braille e Meios Complementares de Leitura, que funciona no âmbito do Instituto Nacional para a Reabilitação, I. P.
 
Este núcleo visa, por um lado, garantir a obtenção de padrões elevados de qualidade quanto à conceção, uso, aplicação, modalidades de produção e ensino do sistema braille e meios complementares de leitura para pessoas cegas; sendo que, por outro lado, pretende avaliar e controlar o sistema braille e os meios complementares de leitura.
 
O Dia Mundial do Braille consagra os princípios da dignidade, autonomia individual, liberdade de escolha e independência presentes na Convenção sobre os Direitos Humanos das Pessoas com Deficiência.
 
A empresa Supereficiente! tem vários matérias em Braille que proporciona momentos de aprendizagem e lazer entre pessoas com e sem deficiência. Material de qualidade, eu indico!
 






 
3 de janeiro de 2016 Comments

Em vigor: Gilda Beatriz lança cartilha da Lei Brasileira de Inclusão em Petrópolis

O Estatuto da Pessoa com Deficiência entrou em vigor no último sábado (2), estipulando regras e orientações para a promoção dos direitos e liberdades de deficientes. O principal objetivo da nova legislação, chamada de Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, é garantir inclusão social e cidadania. Para isso, o texto garante condições de acesso a educação e saúde e estabelece punições para atitudes discriminatórias contra essa parcela da população.
 
De acordo com levantamentos recentes, existem no Brasil 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. 
 
Para vereadora Gilda Beatriz, psicóloga, especializada em Educação Inclusiva e fundadora do Projeto Eficientes, o artigo vetado pela presidenta Dilma Rousseff que garantia cotas para pessoas com deficiência em empresas com mais de 50 funcionários foi uma grande perda. Para facilitar o acesso e o entendimento da  Lei Brasileira de Inclusão, a vereadora está lançando em Petrópolis, RJ, uma cartilha que será distribuída a famílias de pessoas com múltiplas deficiências.

“Hoje, somente empresas a partir de 100 funcionários estão obrigadas a ter cota para pessoas com deficiência. É lamentável que um texto construído com a sociedade civil e com o governo não tenha sido aprovado integralmente. Vale lembrar que entre os principais pontos da lei está o que considera crime a discriminação da pessoa com deficiência, com pena de um a três anos de reclusão. Planos de Saúde também não podem praticar qualquer tipo de discriminação. Instituições de ensino privado não podem cobrar taxas superiores pelo fato de o estudante ter alguma deficiência e ainda têm que reservar 10% das vagas nos processos seletivos. Agora nós temos uma outra etapa, que é tirar do papel e colocar na aplicabilidade” pontua a vereadora, presidente da Comissão de Defesa das Pessoas com Deficiência e do Idoso da Câmara Municipal. 
 
Na área da cultura, a lei obriga teatros, cinemas, auditórios e estádios a reservarem espaço e assentos adaptáveis. Os hotéis precisam oferecer cota de 10% de dormitórios acessíveis.

“Entre as inovações da lei, está o auxílio-inclusão, que será pago às pessoas com deficiência moderada ou grave que entrarem no mercado de trabalho. Para garantir a acessibilidade, a lei também prevê mudanças no Estatuto da Cidade para que a União seja co-responsável, junto aos estados e municípios, pela melhoria de condições de calçadas, passeios e locais públicos para garantir o acesso de pessoas com deficiência”, completa Gilda Beatriz.

O texto também determina que 3% das unidades habitacionais em programa públicos ou que tenham dinheiro público devem ser reservadas a pessoas com deficiência.
 
De acordo com o Censo 2010, o país tem cerca de 45 milhões de pessoas nessas condições, o correspondente a quase 24% da população brasileira.

Em Petrópolis, vereadora antecipou avanços

Em Petrópolis, a Emenda a Lei Orgânica nº 31 de autoria da Vereadora Gilda, acrescenta a Política Municipal da Pessoa com Deficiência, com a finalidade de promover, proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente, em consonância com a legislação em vigor.

A Lei 7.160/2014, de autoria da vereadora Gilda Beatriz, garante que todos os programas habitacionais públicos, subsidiados com recursos públicos ou geridos pelo Município deverão reservar no mínimo 3% (três por cento) de suas unidades, construídas ou não, às pessoas com deficiência ou para famílias com as quais as mesmas residam.
 
1 de janeiro de 2016 Comments

Charge de Ricardo Ferraz com descrição - Ver com Palavras Audiodescrição

Descrição: A charge de Ricardo Ferraz mostra três pessoas com deficiência visual, dois homens e uma mulher com cão guia, na primeira fila da plateia de um teatro repleto, assistindo a uma peça com audiodescrição. Eles usam fones de ouvido e sobre suas cabeças, dentro de balões de pensamento, pequenas lâmpadas brilham. No lado esquerdo, dentro da cabine, o audiodescritor, com o roteiro em mãos, narra a cena que acontece no palco arredondado: um casal toma café da manhã sentado à mesa retangular. A mulher de cabelos pretos longos, segura uma xícara de café fumegante e observa atentamente o rapaz que abre uma caixa de presente.
 
 
 
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