Nem sempre as pessoas cegas ou com deficiência visual precisam de ajuda, mas se encontrar alguma que pareça estar em dificuldades, identifique-se, faça-a perceber que você está falando com ela, para isso pode por exemplo tocar-lhe levemente no braço, e ofereça seu auxílio. Nunca ajude sem perguntar antes como deve fazê-lo.
- Caso sua ajuda como guia seja aceita, coloque a mão da pessoa no seu cotovelo dobrado. Ela irá acompanhar o movimento do seu corpo enquanto você vai andando.
- É sempre bom você avisar, antecipadamente, a existência de degraus, pisos escorregadios, buracos e obstáculos em geral durante o trajeto.
- Num corredor estreito, por onde só é possível passar uma pessoa, coloque o seu braço para trás, de modo que a pessoa cega possa continuar seguindo você.
- Para ajudar uma pessoa cega a sentar-se, você deve guiá-la até a cadeira e colocar a mão dela sobre o encosto da cadeira, informando se esta tem braço ou não. Deixe que a pessoa sente-se sozinha.
- Ao explicar direções para uma pessoa cega, seja o mais claro e específico possível, de preferência, indique as distâncias em metros ("uns vinte metros a sua frente").
- Algumas pessoas, sem perceber, falam em tom de voz mais alto quando conversam com pessoas cegas. A não ser que a pessoa tenha, também, uma deficiência auditiva que justifique isso, não faz nenhum sentido gritar. Fale em tom de voz normal.
- Por mais tentador que seja acariciar um cão-guia, lembre-se de que esses cães têm a responsabilidade de guiar um dono que não enxerga. O cão nunca deve ser distraído do seu dever de guia.
- As pessoas cegas ou com visão sub normal são como você, só que não enxergam. Trate-as com o mesmo respeito e consideração que você trata todas as pessoas.
- No convívio social ou profissional, não exclua as pessoas com deficiência visual das atividades normais. Deixe que elas decidam como podem ou querem participar.
- Proporcione às pessoas cegas ou com deficiência visual a mesma chance que você tem de ter sucesso ou de falhar.
- Fique a vontade para usar palavras como "veja" e "olhe". As pessoas cegas as usam com naturalidade. Quando for embora, avise sempre o deficiente visual.
- Lembre-se que nem sempre um cego é colega de outro cego.
- O cego precisa de oportunidades e não de piedade.
- A cegueira traz limitações, mas o cego tem condições de ter uma vida normal.
- Ele tem interesse em tudo o que interessa a uma pessoa que enxerga. Não o trate como um ser diferente.
- Não limite o cego mais do que a própria cegueira, impedindo-o de fazer o que ele sabe, pode e deve fazer sozinho.
- Ele é capaz de fazer quase tudo o que as pessoas que enxergam fazem. Não se surpreenda ao ver um cego consultar o relógio ou discar o telefone.
- O cego desenvolve recursos mentais existentes em todos os seres humanos. Não fale de sexto sentido nem de compensação da natureza, perpetuando conceitos errôneos.
- Aceite a colaboração de um cego. Como qualquer pessoa, ele também pode ser útil.
- A natureza dotou todos os seres de diferenças individuais. Não generalize os aspectos positivos ou negativos de um cego.
- Fale diretamente com o cego. Não se dirija a ele por meio de seu acompanhante, supondo assim que ele não terá condições de compreendê-lo.
- Deixe ao cego a escolha da maneira pela qual deseja ser guiado.
- Em um meio de transporte ou numa escada, não o puxe; nem o rode pelos braços, empurrando-o depois para uma cadeira. Coloque sua mão no encosto da cadeira para que ele possa sentar-se sozinho.
- Ao orientar um cego, não diga apenas à direita ou à esquerda, aqui ou ali. Essas informações são falhas e imprecisas.
- Conserve portas totalmente abertas ou fechadas. Portas entreabertas no caminho de um cego são um sério risco para sua integridade física.
- Não deixe de falar de coisas inadequadas quanto à sua aparência física. Faça-o, contudo, com delicadeza para que ele não passe por situações constrangedoras.
- Ao entrar num recinto onde se encontra um cego, fale com ele. Isso o ajudará a identificá-lo.
- Ao encontrar um cego, não perca tempo com perguntas como "sabe quem sou eu?" nem se anuncie a todo instante quando ele já conhecer suficientemente sua voz.
- Apresente seu visitante cego a todas as pessoas do grupo. Assim procedendo, você facilitará sua integração.
- Ao apresentar um cego a outra pessoa, faça-o numa posição correta, evitando que ele estenda a mão, por exemplo, para o lado contrário em que está a pessoa.
- Se estiver conversando com ele, avise-o ao se afastar, principalmente se o local for barulhento, pois ele poderá continuar falando sozinho.
- Oriente o cego durante as refeições apenas quando for estritamente necessário.
- Auxilie sempre a pessoa cega que pretenda atravessar a rua ou se utilizar de um meio de transporte, ainda que outro deficiente tenha recusado sua ajuda. A maioria lhe agradecerá o gesto.
- Procure atravessar a rua com o cego em linha reta, pois do contrário ele poderá perder a orientação.
- Quando passear com um cego que já estiver acompanhado, deixe-o ser orientado só por quem o estiver guiando. Não é preciso pegá-lo pelo outro braço nem lhe dar avisos a todo instante.
- Numa conversa com um cego, não evite a palavra cego nem substitua ver por ouvir.
- É indelicado designar alguém por sua deficiência física. Não se dirija a um cego chamando-o de cego ou ceguinho.
- Não se refira à cegueira como desgraça. Ela pode ser assim encarada logo após a perda da visão, mas, a orientação adequada consegue reduzi-la a deficiência superável, como acontece em muitos casos.
- Não diga que tem pena de pessoa cega, nem lhe mostre exagerada solidariedade. O que ela quer é ser tratada com igualdade.
- Não exclame "maravilhoso"... "extraordinário"... ao ver a pessoa cega consultar o relógio, discar o telefone ou assinar o nome.
- Não fale de "sexto sentido" nem de "compensação da natureza" - isso perpetua conceitos errôneo. O que há na pessoa cega é simples desenvolvimento de recursos mentais latentes em todas as criaturas.
- Não modifique a linguagem para evitar a palavra ver e substituí-la por ouvir. Conversando sobre a cegueira com quem não vê, use a palavra cego sem rodeios.
- Não deixe de oferecer auxílio à pessoa cega que esteja querendo atravessar a rua ou tomar condução. Ainda que seu oferecimento seja recusado ou mesmo mal recebido por algumas delas, esteja certo de que a maioria lhe agradecerá o gesto.Não suponha que a pessoa cega possa localizar a porta onde deseja entrar ou o lugar aonde queira ir, contando os passos.
- Não tenha constrangimento em receber ajuda, admitir colaboração ou aceitar gentilezas por parte de alguma pessoa cega. Tenha sempre em mente que a solidariedade humana deve ser praticada por todos e que ninguém é tão incapaz que não tenha algo para dar.
- Não se dirija à pessoa cega através de seu guia ou companheiro, admitindo assim que ela não tenha condição de compreendê-lo e de expressar-se.
- Não guie a pessoa cega empurando-a ou puxando-a pelo braço. Basta deixá-la segurar seu braço, que o movimento de seu corpo lhe dará a orientação de que precisa. Nas passagens estreitas, tome a frente e deixe-a segui-lo, mesmo com a mão em seu ombro.
- Quando passear com a pessoa cega que já estiver acompanhada, não a pegue pelo outro braço, nem lhe fique dando avisos. Deixe-a ser orientada só por quem a estiver guiando.
- Não carregue a pessoa cega ao ajudá-la a atravessar a rua, tomar condução, subir ou descer escadas. Basta guiá-la, pôr-lhe a mão no corrimão.
- Não pegue a pessoa cega pelos braços rodando com ela para pô-la na posição de sentar-se, empurrando-a depois para a cadeira. Basta pôr-lhe a mão no espaldar ou no braço da cadeira, que isso lhe indicará sua posição.
- Não guie a pessoa cega em diagonal ao atravessar em cruzamento. Isso pode fazê-la perder a orientação.
- Não diga apenas "à direita", "à esquerda", ao procurar orientar uma pessoa cega à distância. Muitos se enganam ao tomarem como referência a própria posição e não a da pessoa cega que caminha em sentido contrário ao seu.
- Não deixe portas e janelas entreabertas onde haja alguma pessoa cega. Conserve-as sempre fechadas ou bem encostadas à parede, quando abertas. A portas e janelas meio abertas costituem obstáculos muito perigosos para ela.
- Não deixe objetos no caminho por onde uma pessoa cega costuma passar.
- Não bata a porta do automóvel onde haja uma pessoa cega sem ter a certeza de que não lhe vai prender os dedos.
- Não deixe de se anunciar ao entrar no recinto onde haja pessoas cegas, isso auxilia a sua identificação.
- Não saia de repente quando estiver conversando com uma pessoa cega, principalmente se houver algo que a impeça de perceber seu afastamento. Ela pode dirigir-lhe a palavra e ver-se na situação desagradável de falar sozinha.
- Não deixe de apertar a mão de uma pessoa cega ao encontrá-la ou ao despedir-se dela. O aperto de mão substitui para ela o sorriso amável.
- Não perca seu tempo nem o da pessoa cega perguntando-lhe: "Sabe quem sou eu?"... "Veja se adivinha quem sou?". Identifique-se ao chegar.
- Não deixe de apresentar o seu visitante cego a todas as pessoas presentes, assim procedendo, você facilitará a integração dele ao grupo.
- Ao conduzir uma pessoa cega a um ambiente que lhe é desconhecido, oriente-a de modo que possa locomover-se sozinha.
- Não se sinta constrangido em alertar a pessoa cega quanto a qualquer incorreção no seu vestuário.
- Informe a pessoa cega com relação à posição dos alimentos colocados em seu prato.
- Não encha a xícara ou o copo da pessoa cega até a beirada. Neste caso ela terá dificuldades em mantê-los equilibrados.
- O pedestre cego é muito mais observador que os outros. Ele desenvolve meios e modos de saber onde está e para onde vai, sem precisar estar contando os passos. Antes de sair de casa, ele faz o que toda gente deveria fazer: procura informar-se bem sobre o caminho a seguir para chegar ao seu destino. Na primeira caminhada poderá errar um pouco, mas depois raramente se enganará. Saliências, depressões, ruídos e odores característicos, ele observa para sua maior orientação.