24 de junho de 2011 Comments

TECNOLOGIA DEIXA APARELHO DE SURDEZ INVISÍVEL

Segundo a Sociedade Brasileira de Otologia 20% dos brasileiros sofrem com problemas de audição, ou seja, pelo menos 30 milhões de pessoas possuem algum grau de perda na audição, o que atinge a comunicação e por conseqüência afeta sua qualidade de vida ao longo dos anos.

Com isso, pessoas com problemas de audição passam a fazer uso de aparelhos auditivos, no entanto, os disponíveis atualmente no mercado costumam ser incômodos  e causar constrangimentos para quem os usa.

No entanto, graças aos avanços tecnológicos, surge um novo sistema, lançado pela Starkey Laboratórios no Brasil, totalmente invisível. O aparelho possui apenas dois centímetros e pode ser usado por pessoas com qualquer tipo de perda auditiva. Com o nome de linha S Séries 11, une a moderna tecnologia com maior qualidade de vida da pessoa, pois ela terá uma melhor audição, além de proporcionar conforto, personalização e desempenho.

O aparelho é colocado após a segunda curva do canal auditivo, permitindo que o faceplate possa ficar alojado no fundo da orelha, deixando-o totalmente imperceptível. Além de oferecer uma melhor qualidade sonora, o aparelho proporciona um som de alta resolução. Além disso o S Series 11 proporciona ao paciente ouvir com tranqüilidade mesmo em locais com muitos ruídos.

De acordo com fonoaudiólogos, o som do novo aparelho possui mais naturalidade do que os convencionais, além de atender as necessidades do deficiente auditivo, pois pode ouvir com conforto sem ser incomodado com os ruídos do ambiente em que estiver.

Dois tipos de aparelhos compõem a linha S Series : O RIC AP, que substitui os retroauriculares grandes, por ser mini retroauricular e contar com um receptor potente no canal; e o Microcanal Invisível, que possui dois centímetros e fica completamente invisível ao ser adaptado no canal do ouvido.

No caso deste último, seu desempenho é três vezes superior aos aparelhos convencionais, oferecendo uma alta resolução de som e que fazem transições imperceptíveis quando o paciente sai de um local com ruídos para outro em silêncio, pois se adapta automaticamente aos ambientes.

Além disso, o Microcanal oferece a vantagem do ajuste automático, para que o paciente regule o volume ideal quando for usar o telefone, por exemplo. O paciente pode regular o volume usando um telefone fixo ou celular.

Para saber onde encontrar os aparelhos, acesse o site: http://www.starkey.com.br/

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CÂMARA APROVA OBRIGATORIEDADE DO ENSINO DE LIBRAS E BRAILLE

A Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania aprovou nesta quinta-feira (16/06/2011) proposta que obriga as escolas públicas e privadas a oferecer a seus alunos com necessidades especiais as linguagens específicas que lhes permitam uma perfeita comunicação, como a Língua Brasileira de Sinais (Líbras) e o sistema Braile.

A proposta, que foi aprovada em caráter conclusivo e segue para o Senado, estabelece que os sistemas de ensino deverão assegurar aos alunos com necessidades especiais métodos pedagógicos de comunicação, entre eles: Língua Brasileira de Sinais (Líbras), tradução e interpretação de Líbras, ensino de Língua Portuguesa para surdos, sistema Braille; recursos áudios e digitais, orientação e mobilidade; tecnologias assistivas e ajudas técnicas; interpretação da Líbras digital, tadoma e outras alternativas de comunicação.

O texto aprovado, que altera o capítulo sobre educação especial da Lei de Diretrizes e Bases da Educacao Nacional ( 9.394/96 ), também amplia o conceito de educação especial. Conforme a definição atual, trata-se da modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.

Conforme a proposta, a educação especial é a modalidade de educação escolar que realiza o atendimento educacional especializado, definido por uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complementar e suplementar os serviços educacionais comuns oferecidos, preferencialmente, na rede regular de ensino.

As demais características da educação especial, descritas no artigo 59 da lei, são mantidas pela proposta aprovada hoje.

O texto aprovado é uma emenda do relator da proposta na CCJ, Efraim Filho (DEM-PB), que se baseou no substitutivo aprovado anteriormente pela Comissão de Seguridade Social e Família ao Projeto de Lei 6706/06 , da ex-senadora Ideli Salvati (PT-SC), hoje ministra das Relações Institucionais.
A proposta original previa apenas a inclusão da Líbras no currículo, mas foi ampliado, atendendo às demais pessoas com deficiência. O texto volta para o Senado por ter sido alterado.

Íntegra da proposta: PL-6706/2006

Fonte: Jus Brasil (16/06/11)

Caro leitor,
A terminologia correta, segundo a Convenção da ONU e a Legislação Nacional do Brasil,  é estudante com deficiência e não “aluno com necessidades especiais” ou “portador(es) de necessidades especiais”, como está no texto.


O nome Braille (de Louis Braille, inventor do sistema de escrita e impressão para cegos) se escreve com dois l (éles).


Segundo Romeu Sassaki é preferível usar o termo “Língua de Sinais Brasileira”.
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COCORICÓ GANHA PERSONAGEM COM DEFICIÊNCIA VISUAL


Quando chove parece difícil encontrar uma brincadeira legal dentro de casa. Depois de desenhar, ler, jogar videogame e ver TV, é necessário ter criatividade para se divertir. Esse é o primeiro desafio que a turminha do “Cocoricó” precisa enfrentar na nova temporada da série, com 26 episódios, que estreiou sábado (18),  às 11h15, na TV Cultura.

Desta vez, a série ganha novo personagem, Mauro, que é deficiente visual e adora brincar com eles. As aventurascontinuam rolando na cidade, tendo como base o apartamento do primo João. Apesar de estar na metrópole, Júlio não esquece dos amigos que ficaram na fazenda com os avós, como a galinha Lola, o papagaio Caco, o morceguinho Toquinho.

“Cocoricó” está completando 15 anos e já ganhou oito prêmios, sendo eleito em 1996  como o Melhor Programa Infantil de TV. A série também  é exibida nas telinhas de Angola, Moçambique, Venezuela, Argentina, Portugal, Chile e todos os países de língua portuguesa na África.

Site do Cocoricó: http://www.tvcultura.com.br/cocorico/

Fonte: http://www.dgabc.com.br/ (17/06/11)
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UMA REFLEXÃO SOBRE ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO

Adianta adicionar a Língua Brasileira de Sinais a um vídeo, se não houver legendas para deficientes auditivos que não dominam LIBRAS?


Texto escrito por Elton Vergara Nunes, Gertrudes Aparecida Dandolini e João Artur de Souza.

O tema acessibilidade parece ser ainda controverso, ou seja, há muitas perspectivas de julgamento sobre uma obra ser ou não acessível. Começo com um exemplo simples, recente, público: ao assistir a um vídeo que tratava sobre educação, no Youtube, reclamei ao responsável pela postagem, dizendo-lhe que o vídeo não era acessível e a resposta dada iniciou com uma pergunta “acessível para quem?”.

Tenho que concordar: aquele vídeo era acessível para pessoas alfabetizadas em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), mas somente para elas. Mesmo as pessoas sem deficiência visual que não soubessem LIBRAS, não poderiam aproveitar nada, pois não havia legenda em língua portuguesa com a transcrição das falas. O pseudo público-alvo era os surdos. Por que pseudogrupo? Porque mesmo dentro do grupo dos surdos houve uma parcela de pessoas que não teve acesso ao seu conteúdo pelo simples fato de não serem usuários da Língua.

Apesar disso, o responsável pela postagem julgava que o vídeo era acessível aos surdos. Claro, dentro de seu limitado conceito de quem são os surdos, dos quais se julgava ser porta-voz, surdo é aquele que domina LIBRAS. Se adotarmos esse princípio, em outro contexto poderíamos dizer que pessoas analfabetas não poderiam ser computadas como pessoas porque não dominam a língua portuguesa. Nenhum língua é propriedade de ninguém, de nenhum povo, as pessoas são usuárias da língua, não proprietárias.

Evidentemente que as pessoas com deficiência visual nem foram lembradas como possíveis interessadas naquele vídeo, já que não existe absolutamente nenhum áudio. E o que falar de pessoas com deficiência intelectual, dislexia e outras pessoas como eu que, mesmo sem deficiências, não conseguiram compreender?

E assim, cada dia mais se evidencia a exclusão e, como se pode perceber, às vezes a exclusão ocorre dentro do próprio grupo de excluídos. Está na hora de os surdos reverem sua posição sobre as diferentes formas de comunicação humana (acredito que os surdos ainda fazem parte da humanidade) e, em particular, percebam que ninguém é dono de uma língua, ou seja, tão certo como o inglês não pertence aos britânicos ou o castelhano ao povo de Castilha, a língua de sinais não pertence ao povo surdo. A língua não é propriedade de nenhuma academia de letras, nenhuma língua é.

Está na hora de ficar claro que nem todos os surdos nasceram assim, que muitos que nasceram com surdez, por diferentes caminhos, voltaram a ouvir; que muitos emudeceram, mas outros se comunicam oralmente sem maiores dificuldades; que entre os brasileiros há analfabetos da língua portuguesa; da mesma forma, entre os surdos, há muitos que desconhecem a LIBRAS e muitos que a dominam sem jamais terem sido surdos. Está na hora de os surdos se conhecerem melhor, de incluir-se a si mesmos em seu grupo.

Imaginemos o seu Zé, de 75 anos, que teve um acidente há um ano e perdeu totalmente a audição. Será que um dia vai ser reconhecido como surdo? E dona Joana, que tem mais idade, tem tendinite e osteoporose e teve o mesmo problema? Vamos querer que aprenda e use LIBRAS? Ou será considerada uma falsa surda? Será considerada nas estatísticas ou descartada como irrelevante?

Porém, se essa limitação no entendimento de o que seja acessibilidade num vídeo silencioso e sem legendas ficasse apenas no âmbito de um grupo de pessoas que luta por causa própria (a defesa da LIBRAS), estaria entendido e até justificado. Entretanto, quando essa ideia limitada passa para grupos que levam o nome da acessibilidade em seu título, o assunto parece carecer de melhor referencial teórico. Muitos pensam que “é impossível conceber uma única versão de conteúdo da web que seja igualmente compreensível por completo por todas categorias de deficiências, ou até mesmo dentro do espectro das deficiências cognitivas. O conceito de um formato verdadeiramente universal soa como uma idéia maravilhosa, mas é inatingível. Ainda assim, é possível a criação de conteúdo web que se aproxime do ideal do design universal, mesmo que não muito bem sucedida no sentido absoluto”.

O autor do texto acima usa palavras que evocam o “ideal” e a “plenitude”. Evidentemente, situações perfeitas não são para os humanos, são para os deuses. Desta forma, afirmar que nenhum conteúdo será acessível idealmente para todos é, no mínimo, desnecessário. Logicamente, se a pessoa não tiver um computador disponível não poderá acessar esse conteúdo, se não tiver energia elétrica não poderá acessar esse conteúdo, se não tiver um sistema operacional, um browser e todas as condições que lhe permitam acessar o conteúdo ela não conseguirá acessá-lo. Por acaso isso é diferente para algum de nós, é diferente para uma pessoa sem deficiência? Todos dependeremos de um design que nos permita acessibilidade. Ora, se um conteúdo pode ser acessado apenas com uma senha, então ele é inacessível para aqueles que não a tenham, trata-se, pois, de uma barreira.

O Brasil possui lei que garantem às pessoas com deficiência o direito à acessibilidade, é signarátio da Convenção da ONU de 2006, que tratou sobre as pessoas com deficiência, e com isso comprometeu-se em realizar ou promover a pesquisa e o desenvolvimento, bem como a disponibilidade e o emprego de novas tecnologias, inclusive as tecnologias da informação e comunicação, ajudas técnicas para locomoção, dispositivos e tecnologias assistivas, adequados a pessoas com deficiência, dando prioridade a tecnologias de custo acessível.

Assim, seria de esperar que entidades que trabalham e divulgam temas de acessibilidade e inclusão estivessem preocupadas em ampliar sua visão ou, pelo menos, assumir sua limitação sem apresentar desculpas sem fundamento.

As emissoras de televisão durante anos vêm alegando o alto custo da inclusão do recurso da audiodescrição em sua grade de programação. A mesma alegação foi dada por um canal de televisão disponível na web ao lançar uma série de programas sobre acessibilidade e inclusão, limitando-se a inserir uma pequena janela de LIBRAS nas reportagens. Sobre a ausência de legenda com a transcrição das falas, a alegação foi o custo desse trabalho.

Entretanto, o mesmo grupo que num bloco de vídeos divulgados não trazia a audiodescrição, posteriormente divulgou os mesmos vídeos, mas agora incluindo o recurso de acessibilidade para cegos e outros que possam se beneficiar dele. O que preocupa é que em lugar de avançar, a atitude foi de retrocesso, já que anteriormente esse mesmo canal divulgava vídeos com legendas.

Prática semelhante foi adotada por outro canal de televisão que disponibilizou seu material na web com uma série de reportagens feitas na ReaTech 2011. Também eles duplicaram o número de vídeos: uma série sem audiodescrição e uma outra série com os mesmos vídeos com audiodescrição. Essa prática é de trabalho dobrado, ocupa espaços em servidores, separa os usuários e, assim, as discussões e comentários dos vídeos. Tudo isso está longe de enquadrar-se no desenho universal e na política de inclusão e acessibilidade legalmente regulamentada.

A legislação, o desenho universal, a praticidade, a economia e até mesmo o sempre questionável bom senso indicam que todos devem compartilhar do mesmo espaço e dos mesmos produtos, cada um com suas características, a seu modo. Orientam que se devem eliminar as barreiras existentes em um produto e permitir o seu acesso a todos. Em nenhum lugar se orienta que se deva criar outro produto para dar acesso a outras pessoas. Se os criadores dos vídeos dos canais citados fossem arquitetos, por acaso construiriam um edifício com escadas e outro edifício com rampas? Um edifício para andantes e outro para cadeirantes?

E se apesar de todos os esforços ainda não é possível que tudo esteja acessível a todos, comecemos a eliminar as barreiras das atitudes. Estas sempre partem de uma predisposição negativa, de um julgamento depreciativo em relação às pessoas com deficiência, sendo sua manifestação a grande responsável pela falta de acesso e à conseqüente exclusão e marginalização social vivenciada por todos os grupos vulneráveis, mais particularmente, por aquelas pessoas vulneráveis em função da deficiência.

O certo é que não basta incluir janela de LIBRASibras nos vídeos na web ou na televisão, é preciso considerar que há surdos que não usam essa língua. Acima de tudo, é preciso incluir todos os surdos dentro da cultura surda. Da mesma forma que homens, mulheres, crianças, amarelos, negros, brancos, ricos e pobres e outras tantas diferenças, juntas, formam a sociedade. Não basta incluir a audiodescrição no cinema, na televisão, no teatro, é preciso incluir a ideia de que isso não é favor, não é despesa, não é investimento, isso é respeito às diferenças.

Sobre os autores

Elton Vergara Nunes
Possui mestrado em Educação pela Universidade Federal de Pelotas. Atualmente é professor titular da Universidade Federal de Pelotas. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Línguas Estrangeiras Modernas.

Gertrudes Aparecida Dandolini
Possui doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente é professora Associada da Universidade Federal de Santa Catarina. Tem experiência na área de Educação a Distância.

João Artur de Souza
Possui pós-doutorado em em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal de Santa Catarina.


Referência: Rede Saci
19 de junho de 2011 Comments

ESTUDANTE COM DEFICIÊNCIA VISUAL GANHA MEDALHA DE OURO EM OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA

Aluna se destacou entre 20 milhões de estudantes de todo país
Uma estudante de 13 anos, moradora de Senador José Bento, no Sul de Minas, conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas Brasileiras das Escolas Públicas em 2010. Portadora de deficiência visual, a condição não impediu que Laura Ribeiro Franco se destacasse entre 20 milhões de estudantes, de todo Brasil, que participaram da competição.

Na próxima segunda-feira (20), ela vai receber a medalha no Rio de Janeiro. Além de conhecer a cidade, a estudante ganhou uma bolsa de estudos em um curso de iniciação científica e um computador portátil.

A garota usa um equipamento emprestado da escola onde estuda, para conseguir acompanhar as aulas. Para isso, um programa repete com recursos sonoros tudo o que ela digita.

Fonte: http://ht.ly/5iCxf
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MODELOS COM DEFICIÊNCIA DESFILAM PELOS CORREDORES DA SP FASHION WEEK

BELEZA E SENSUALIDADE NA DIVERSIDADE!

Meninas contam como realizaram sonho em agência especializada. ‘Espero um dia desfilar nas passarelas da SPFW’, diz Caroline Marques.

Elas fotografam, fazem books e até desfilam na passarela. Caroline Marques e Paola Klokler não fizeram da deficiência física um obstáculo para realizar o sonho de ser modelo profissional. De cadeira de rodas desde os nove anos após um acidente de carro, Caroline já desfilou vestidos de noiva e fez até trabalhos internacionais. Paola Kloekler, com uma prótese na perna esquerda, é modelo fotográfica há cerca de dois anos e diz mudou a vida após começar a trabalhar na área. “Foi uma vitória. No começo, eu busquei agências para trabalhar e as pessoas diziam que eu tinha o perfil, mas quando víam que eu usava prótese elas diziam ‘não, acho que não tem a ver’. Melhorou demais a minha auto-estima.”

Caroline Marques e Paola Klokler nos corredores da Bienal de São Paulo

Kica de Castro, dona da agência que leva seu nome, trabalha com 80 modelos, todos com algum tipo de deficiência física – quatro deles têm carreira internacional. “O critério para a escolha varia de acordo com o mercado. A pessoa tem que se cuidar”, diz ela.

Paola acha que um dia modelos deficientes desfilarão na São Paulo Fashion Week (SPFW), que acontece até este sábado na Bienal de São Paulo. “Acredito que um dia terão modelos deficientes na SPFW. Hoje em dia já há desfiles próprios para deficientes com roupas para esse tipo de perfil. Mas o legal seria colocar pessoas comuns desfilando com pessoas deficientes, sem essa barreira.”

Fonte: G1 (16/06/11)
12 de junho de 2011 Comments

ACESSIBILIDADE, INCLUSÃO SOCIAL E DESENHO UNIVERSAL: TUDO A VER

O texto abaixo foi extraído do site Bengala Legal e foi escrito pela socióloga Marta Gil. A acessibilidade é um direito, não um privilégio” (William Loughborough)
Cadeirante, à esquerda do desenho, olha perplexo para a palavra “NÃO”, que se ergue à sua frente como uma barreira enorme e ameaçadora.

Como definir “acessibilidade”?

O dicionário nos diz que “acessibilidade” é um substantivo que denota a qualidade de ser acessível; “acessível”, por sua vez, é um adjetivo que indica aquilo a que se pode chegar facilmente; que fica ao alcance. Na área da Deficiência, quando este termo começou a ser utilizado, estava restrito ao ambiente construído e designava a eliminação de barreiras arquitetônicas. Na verdade, a expressão mais freqüentemente usada era “eliminação de barreiras”, pois ficava subentendido que a pessoa se referia às barreiras arquitetônicas. A sensação que as pessoas tinham (tanto as pessoas com deficiência quanto familiares, amigos e profissionais) era muito negativa: a cidade era vista como um lugar perigoso, cheio de armadilhas e obstáculos a serem enfrentados, que requeriam disposição e paciência, todo dia. Nada era fácil, nada era possível. A ilustração de Ricardo Ferraz1 traduz brilhantemente a percepção e o sentimento dessa época.

1981: um ano a ser lembrado

Gradualmente, o panorama foi mudando. 1981 foi um marco significativo: a ONU – Organização das Nações Unidas decretou que esse era o Ano Internacional das Pessoas Portadoras de Deficiência (AIPPD). Parece que um farol se acendeu: a sociedade se deu conta que havia pessoas com deficiência e que eram muitas. A visibilidade recém adquirida, com respaldo da ONU, estimulou a mudança de atitudes: organizações DE pessoas com deficiência foram criadas; o tema foi matéria de jornais, televisões e rádios; direitos foram conquistados; as pessoas com deficiência puderam fazer soar sua voz e expressar desejos e vontades. Ou seja, começaram a sair da atitude de imobilismo e perplexidade que o cartum mostra.

No bojo desta mudança, que se processa de forma gradual e que até hoje está acontecendo, podemos destacar fatos e tendências. Um deles foi a substituição do termo “barreiras arquitetônicas” por “acessibilidade”, invertendo o sinal das lutas e dos olhares: não era “contra”, era “a favor”. Já havia passado o momento do antagonismo, do grupo das pessoas com deficiência contra a sociedade toda. Chegou o dia das pessoas com deficiência dizerem que queriam ficar junto com os outros e, melhor ainda, isso começa a se tornar realidade.

Mudança de olhar

Nessa inversão de sinal, o significado do termo “acessibilidade” foi ampliado. Percebemos que acessibilidade era mais do que construir rampas – embora rampas sejam, sempre, fundamentais. Mas representam, literalmente, apenas o primeiro passo. Rampas precisam levar a escolas, centros de saúde, teatros, cinemas, museus, shows de rock… Este novo sentido foi aplicado a outras esferas do fazer humano; passamos, então, a refletir sobre a acessibilidade (e o acesso a) na Educação, no Trabalho, Lazer, Cultura, Esportes, Informação e Internet.

Alcançar condições de acessibilidade significa conseguir a equiparação de oportunidades em todas as esferas da vida. Isso porque essas condições estão relacionadas ao AMBIENTE e não às características da PESSOA. Falar sobre alcançar condições de acessibilidade implica em falar de processo, que tem tempos e características diferentes em cada lugar, que tem idas, vindas, momentos que parecem de estagnação – mas, na verdade, são momentos em que novos conceitos, novas posturas e atitudes estão germinando. Processos são demorados e precisam do cuidado de todos.
Um cadeirante olha perplexo um pódio à sua frente, que tem lugares para os cinco primeiros colocados. Como os pódios tradicionais, ele é organizado em degraus.

  

A acessibilidade diminui a desvantagem


O ambiente pode piorar a forma de funcionamento de uma pessoa. Um restaurante com muitas mesas e pouco espaço de circulação entre elas exige que o garçom seja um malabarista, para equilibrar pratos e copos e que os clientes sejam ágeis e flexíveis, para chegar aos seus lugares. Se forem idosos, ou grávidas, ou obesos, ou simplesmente distraídos … a probabilidade de acidente é alta. O mesmo acontece com pessoas com deficiência: se o ambiente não oferece condições adequadas de acessibilidade, elas ficam em situação de desvantagem e sua condição de funcionamento (surdez, cegueira ou outra) se agrava ou até mesmo fica inviabilizada.

É importante perceber que, embora esses fatores ambientais não constituam barreiras para os que não têm deficiência, sua eliminação favorece a TODOS. Um ambiente acessível é bom para todos, não apenas para pessoas com determinadas características físicas, pois oferece qualidade de vida, segurança e permite a convivência e a interação entre diferentes.

Acessibilidade é um Direito Humano

Ao lutar pela acessibilidade, estamos defendendo um Direito Humano, que possibilita a equidade de oportunidades e que é condição sine qua non para que a inclusão social aconteça. Segundo Romeu Sassaki, “O paradigma da inclusão social consiste em tornarmos a sociedade toda um lugar viável para a convivência entre pessoas de todos os tipos e condições na realização de seus direitos, necessidades e potencialidades. Neste sentido, os adeptos e defensores da inclusão, chamados de inclusivistas, estão trabalhando para mudar a sociedade, a estrutura dos seus sistemas sociais comuns, as suas atitudes, os seus produtos e bens, as suas tecnologias etc. em todos os aspectos: educação, mostra.trabalho, saúde, lazer, mídia, cultura, esporte, transporte etc.”2

Para que a inclusão aconteça, a sociedade deve incorporar os requisitos de acessibilidade, pois o primeiro passo é freqüentar o mesmo espaço, com dignidade e tranqüilidade. Como saber mais sobre esses requisitos de acessibilidade? Quem os estabelece?

Cadeirante sobe uma rampa com inclinação adequada e cruza com uma pessoa sem deficiência, que usa a mesma rampa; ao fundo, outra pessoa desce escadas.

Desenho Universal

Os produtos, equipamentos, ambientes e meios de comunicação devem ser concebidos do ponto de vista do Desenho Universal, que recomenda que tudo (mas tudo mesmo) deve poder ser utilizado por todos, o maior tempo possível, sem necessidade de adaptação, beneficiando pessoas de todas as idades e capacidades. Está respondida a pergunta acima: é o Desenho Universal que estabelece os requisitos de acessibilidade. Vale a pena conhecer mais sobre esse conceito3, que tem como pressupostos:
  • Equiparação nas possibilidades de uso;
  • Flexibilidade no uso;
  • Uso simples e intuitivo;
  • Captação da informação;
  • Tolerância para o erro;
  • Dimensão e espaço para uso e interação.
  • Quando o ambiente se torna acessível, pois adota os critérios e a filosofia do Desenho Universal, ele possibilita a Inclusão e, consequentemente, as pessoas com deficiência podem desfrutar de uma Vida Independente.
4 de junho de 2011 Comments

LIVRO DE ROBERTO BOLONHINI TRAZ ALTERNATIVAS PARA PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS

O objetivo da obra é apresentar tanto para o deficiente, quanto para a sociedade, os direitos e os deveres das pessoas com necessidades especiais

Para provar que deficiência não é empecilho a ninguém, o professor universitário Roberto Bolonhini, deficiente visual há mais de 36 anos, acaba de lançar o livro Portadores de Necessidades Especiais  pela Editora Atlas, sua mais nova parceira.

Com o objetivo de atender a todos os leitores, sejam eles deficientes ou não, Bolonhini apresenta as principais prerrogativas das pessoas deficientes e as legislações que os auxiliam na jornada.

Segundo o professor, a ideia de fazer este livro não veio, apenas, da necessidade de inclusão social, mas, também, da vontade de mostrar aos portadores de necessidades especiais que podem ser independentes, ou seja, que têm vida própria e podem vencer, tal como ele.

Para se ter uma ideia, a obra traz um panorama completo, como um manual, para os deficientes de toda natureza. Assuntos como a família, o ambiente de trabalho, isenções de impostos em compras de patrimônio, o transporte coletivo, o rodízio dos veículos, os deficientes mentais e o Código Civil brasileiro, e muitos outros, são tratados com uma linguagem puramente simples e acessível a qualquer parcela da população, seja ela leiga ou não.

Por conta disso, o livro é destinado para as famílias, para os profissionais de qualquer área, para os estudantes, para os deficientes e para qualquer um que tenha interesse em se aprofundar no assunto.

De acordo com o professor, que já virou uma referência para os portadores de necessidades especiais, os deficientes estão cada vez mais interessados em saber e exigir seus direitos. Para se ter uma ideia, recebe telefonemas e e-mails de pessoas de todo o Brasil para sanarem suas dúvidas e pedir conselhos de como proceder em determinado fato.

Visto esta demanda, Bolonhini lançou em conjunto com a Universidade São Judas o projeto SOS Direito, que visa atender gratuitamente a população especial que precisa de orientação e ajuda para praticar cidadania. Este projeto existe há mais de oito anos.

Saiba mais sobre Roberto Bolonhini
Aos 10 anos, Roberto Bolonhini sofreu um descolamento de retina e perdeu totalmente a visão. Roberto passou por diversas cirurgias para tentar solucionar o problema, mas não teve êxito.

De volta aos estudos, sua luta foi encontrar uma escola pública que o aceitasse e tivesse a estrutura necessária para ele estudar, alguém tinha que ler o conteúdo do livro, pois na época, não existia material adaptado em braile e nem computadores especiais para cegos.

Roberto se formou aos 21 anos e entrou no curso de Direito da Universidade Prebisteriana Mackenzie, em São Paulo, foi aprovado na OAB sem cursinho, e no ano seguinte, ingressou no Mestrado na PUC, pois era seu sonho se tornar professor. Sem dinheiro para continuar os estudos, obteve ajuda de um jurista que financiou seu curso.

A meta seguinte passou a ser trabalhar em uma universidade. Não foi aceito em algumas Instituições pela deficiência visual. Após a dura batalha à procura de uma oportunidade, há 15 anos ele foi contratado pela Universidade São Judas para dar aulas de Direito Civil. Atualmente, Roberto realiza o curso de Doutorado na PUC.

Serviço
Portadores de Necessidades Especiais
Editora Atlas
Páginas: 352 páginas
Formato: 17X24
EAN13: 9788522458691
Código: 0506 50 828
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PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO

O vídeo abaixo foi extraído da Rede de TV Bus TV. Uma rede que transmite sua programação para o interior de transportes coletivos urbanos de diversas cidades do Brasil.

O maior obstáculo a ser enfrentado por deficientes não está relacionado à capacidade produtiva dos mesmos: é o preconceito, que vem sendo combatido através de leis que permitem o acesso de deficientes ao mercado de trabalho. Toda empresa, de acordo com o seu número de funcionários, deve reservar uma dada porcentagem de vagas a pessoas com qualquer espécie de deficiência. Roberto Bolonhini Júnior, especialista em Direito Civil, explica um pouco mais sobre a legislação que protege os deficientes, na 13ª edição do Almanaque BusTV.

 
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