1 de agosto de 2015

Cegos e cadeirantes são estrelas de peça da Oficina dos Menestréis

 
Inclusão no palco: elenco da peça Aldeia dos Ventos – Mix da Oficina dos Menestréis – Foto: Divulgação
 
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
 
O teatro precisa ser uma arte para incluir e abarcar todas as diversidades possíveis.
 
Apostando nisso há um bom tempo, Deto Montenegro dirige em sua Oficina dos Menestréis a peça Aldeia dos Ventos – Mix.
 
A obra musical escrita por Oswaldo Montenegro entra em cartaz neste sábado (1º) no Teatro Dias Gomes (r. Domingo de Morais, 348, metrô Ana Rosa), em São Paulo.
 
Nela, as principais estrelas são 22 atores cadeirantes ou deficientes visuais.
 
“Os cegos são as pernas dos cadeirantes e esses, a visão dos cegos”, diz o diretor.
 
As apresentações vão até 16 de agosto, sempre sábado, 21h, e domingo, 20h. O ingresso custa R$ 60 a inteira e R$ 30 a meia-entrada.

 
Há 12 anos Oficina dos Menestréis faz teatro de uma forma especial –
Foto: Divulgação
 
Projeto existe há 12 anos
 
Montenegro conta que passou a trabalhar com teatro para deficientes físicos quando uma amiga ficou paraplégica e fazia tratamento em Brasília, onde trabalhava em um projeto universitário.
 
Por conta dela, adaptou seu treinamento artístico para um grupo de deficientes e tornou-se pioneiro em fazer teatro musical com este público. A primeira montagem com o grupo especial foi o musical Noturno, que ganhou o codinome Noturno Cadeirante. O projeto completa 12 anos em 2015. Foi por conta deste sucesso que surgiu o Mix Menestréis, com cadeirantes e deficientes visuais unidos em uma mesma obra.
 
Na mesma pegada de utilizar a diversidade como propulsor artístico, ainda há o projeto Juntos, com jovens em situação de risco, Maturidade, com atores com mais de 50 anos, Aut, com artistas autistas e o UP, com jovens com Síndrome de Down. Os projetos recebem apoio do Ministério da Cultura por meio da Lei Rouanet.
 
A Oficina dos Menestréis existe desde 1981, sob comando dos irmãos Deto e Oswaldo Montenegro em parceria com Marcos André Brandão, o Candé.
 
 
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