Essas palavras deveriam ser a máxima de
todo nosso santo dia no ano 2012: AMOR E CORAGEM. Acredito que a
coragem e amor em 2012 possam ser comparadas a pular de “bang
jump”. Embora nunca tenha feito esta façanha, imagino que primeiro você
assista uma pessoa praticando o esporte, fica curioso
e procura informações sobre o local, valor, etc... No segundo momento,
você escuta depoimento das pessoas que já fizeram isso e tira suas
próprias conclusões sobre a aventura. No terceiro momento, você decide
ou não, pular de “bang jump”. Quarto momento, você vai a ponte, se
prepara com equipamentos de segurança, olha pra baixo e ... se joga sem
ter noção da sensação que o aguarda. Procurei fazer esta comparação
entre o amor e o bang jump porque exigem coragem!!! Para pular de “bang
jump” é preciso coragem, porque não é qualquer pessoa que se dispõe a
pular de mais de 30 metros de altura de uma ponte com os pés amarrados a
cordas e fica de cabeça pra baixo com o corpo completamente solto. E
com o amor? Também é necessário coragem... muita coragem. Fica fácil
perceber que para o amor a dose de coragem tem que ser maior. E quando
esse amor é amor de pai e mãe o salto é ainda maior . Alguns casais
podem até planejar ter filhos, escolher o obstetra, o hospital que vai
nascer, o nome e a data do nascimento da criança. Assim como foi feito
os preparativos para o salto de bang jump. Mas a sensação de medo,
misturado com surpresa e alegria que sentimos quando seguramos e olhamos
o bebe pela primeira vez nos surpreende muito mais que qualquer
aventura. E tem outra coisa, quando o salto é dado, não tem volta, só
resta aguardar a corda parar de balançar e esperar o resgate da equipe. E
quando seu filho nasce especial? O salto que foi dado também não tem
volta, e também temos que esperar a cabeça entrar no lugar, o susto
passar e esperar o resgate. Só que nesse salto, a miscelânea de
sentimentos não supera o imensurável amor. E ele, o amor é nosso
resgate. Só o amor resgata tudo que foi lançado junto com o salto. O
amor resgata a nossa coragem de recomeçar sempre. Sabem por que?
Simplesmente porque valeu a pena dar este salto na vida. Eu repetiria
de novo, de novo e de novo. E vc? Já tomou coragem de dar este salto na
sua vida?! Desejo aos meus queridos amigos um feliz 2012 de muitos
saltos espetaculares!!!
Nicholas James Vujicic, nascido em dezembro de 1982, é um pregador ,
um palestrante motivacional e diretor de “Vida Sem Limão”, uma
organização cristã sem fins lucrativos. Ele regularmente dá palestras
sobre a questão da deficiência e da esperança.
Nick nasceu com a doença rara Tetra-amelia.
Tetra-amelia é uma síndrome humana de rara ocorrência caracterizada por
uma falha na formação embrionária, que acarreta a ausência dos quatro
membros.
Sua vida foi cheia de dificuldades e privações. Foi
proibido por lei estadual de assistir aulas em uma escola regular devido
a sua deficiência física. Durante a sua escolaridade, as leis foram
mudadas, e Vujicic foi um dos primeiros estudantes deficientes físicos a
ser integrado em uma escola. Ele aprendeu a escrever usando os dois
dedos no pé esquerdo, e um dispositivo especial que deslizou sobre seu
dedão do pé que usa para agarrar. Ele também aprendeu a usar um
computador, jogar bolas de tênis, pentear o cabelo, escovar os dentes,
atender o telefone, fazer a barba…
Vujicic cresceu muito deprimido
pelo fato de ser discriminado na escola. Com oito anos de idade,
começou a pensar em suicídio . Depois de implorar de Deus para que seus
braços e pernas crescessem, Nick finalmente começou a perceber que suas
realizações foram inspirações para muitos, e começou a agradecer a Deus
por estar vivo. A grande mudança em sua vida foi quando sua mãe lhe
mostrou um artigo de jornal sobre um homem lidando com uma deficiência
grave. Isso o levou a perceber que ele não era o único com problemas.
Quando ele tinha dezessete anos, ele começou a dar palestras em seu
grupo de oração, e, finalmente, começou a sua organização sem fins
lucrativos , a vida sem membros.
Nick se formou em Contabilidade e
Planejamento Financeiro na universidade, aos 21 anos de idade. Ele
começou suas viagens como uma motivação palestrante, enfocando os temas
que os adolescentes de hoje enfrentam. Ele também fala em empresas do
setor, embora o seu objectivo é tornar-se um inspirador palestrante
internacional, em ambos os cristãos e não cristãos locais. Ele viaja
regularmente a nível internacional para falar às congregações cristãs,
escolas e reuniões empresariais. Ele deu palestras para mais de dois
milhões de pessoas até agora, em doze países de quatro continentes (África , Ásia , Austrália e América do Norte).
Com a idade de 25
anos, Nick esperava se tornar financeiramente independente. Ele
pretende promover as suas palavras através de programas de televisão
como o “The Oprah Winfrey Show , bem como pela escrita de livros . Seu
primeiro livro, previsto para conclusão até o final de 2009, deve ser
chamado sem braços, sem pernas, sem preocupações!
Ele apareceu no curta-metragem “The Circus Butterfly” (O circo da Borboleta - vídeo),
que ganhou Film Project’s top prêmio ombreira de 2009, e o Melhor
Curta-prêmio de Cinema no Method Fest Film Festival, onde Vujicic também
foi premiado Melhor Ator em um curta-metragem.
Nick Vujicic e Bethany Hamilton
Nick joga golfe com um taco debaixo do queixo, e é um grande fã do Campeonato Inglês
Nick escrevendo com a boca
Nick aos dez anos de idade frequentando uma escola comum
Esses vídeos foram retirados do blog Assim Como Você,
do jornalista Jairo Marques. O vídeo mostra pessoas com
deficiência ou fora dos padrões considerados “normais pela sociedade”
sendo exploradas em circos, em ações preconceituosas e cruéis. Em
contrapartida, ressalta a importância da valorização e do respeito em
relação às PcD. Além do que, mostra uma bonita história de superação com
a participação do ator e palestrante Nick Vujicic. Vale a pena assistir!
Um momento doce e cheio de significado
para as nossas vidas. É tempo de repensar valores, de ponderar sobre a
vida e tudo que a cerca. É momento de deixar nascer essa criança pura,
inocente e cheia de esperança que mora dentro de nossos corações. É
sempre tempo de contemplar aquele menino pobre, que nasceu numa
manjedoura, para nos fazer entender que o ser humano vale por aquilo que
é e faz, e nunca por aquilo que possui. Noite cristã, onde a alegria
invade nossos corações trazendo a paz e a harmonia… O
Natal é um dia festivo e espero que o seu olhar possa estar voltado
para uma festa maior, a festa do nascimento de Cristo dentro de seu
coração. Que neste Natal você e sua família sintam mais forte ainda o
significado da palavra amor, que traga raios de luz que iluminem o seu
caminho e transformem o seu coração a cada dia, fazendo que você viva
sempre com muita felicidade. Também é tempo de refazer planos,
reconsiderar os equívocos e retomar o caminho para uma vida cada vez
mais feliz. Teremos outras 365 novas oportunidades de dizer à vida, que
de fato queremos ser plenamente felizes. Que queremos viver cada dia,
cada hora e cada minuto em sua plenitude, como se fosse o último. Que
queremos renovação e buscaremos os grandes milagres da vida a cada
instante. Todo Ano Novo é hora de renascer, de florescer, de viver de
novo. Aproveite este ano que está chegando para realizar todos os seus
sonhos!
Está na hora das
escolas assumirem seus papéis como educadoras, educando qualquer individuo, sem
restrição de idade, credo, cor ou até mesmo deficiência. A educação é direito
de todos. Ela é o alicerce de nossas vidas, é a partir da escola que o
individuo cresce como pessoa, adquirindo valores e sabedorias, dando
sustentabilidade para o seu futuro.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, detalhou
há pouco os principais pontos do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa
com Deficiência Viver sem Limites. As ações do plano estarão divididas
em quatro eixos: educação, saúde, assistência social e acessibilidade.
Nas áreas da educação e da acessibilidade, ela listou o
direcionamento de recursos do Pronatec especificamente para cursos de
aperfeiçoamento direcionados a pessoas com deficiência. Além disso, a
ministra promete a criação de 300 mil vagas em escolas para crianças com
deficiência e a ampliação na quantidade de transportes escolares
adaptados. Ainda nessas áreas, ela afirmou que 45 mil salas de aula
serão adaptadas para receber esse público.
No campo da saúde, o
plano ampliará os testes do pezinho, as triagens neonatais, os
atendimentos odontológicos, a distribuição de órteses e próteses e a
quantidade de centros auditivos.
Quanto à assistência social, a prioridade é garantir o retorno
automático do ex-beneficiário desempregado, que deixou de receber um
benefício no período em que esteve empregado. Maria do Rosário disse
ainda que o plano incluirá um benefício de prestação continuada
especialmente para crianças deficientes
Maria do Rosário participa
de audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família sobre o
plano. A apresentação ocorre no Plenário 7.
O medo... Todo mundo tem medo de alguma coisa na vida, pode ser de um
animal, um filme de terror, assalto, etc... E o medo do filho? Alguém
já passou por esse medo? Alguém já ouviu falar em medo do filho? Medo de
perder o filho, medo dele nascer com problema, medo dele adoecer,
enfim... medo desse filho não ser como esperamos. Medo da vida que
esperamos para ele não ser como planejamos. Agora o mais assustador é o
medo do próprio medo que sentimos. Eu sei, parece loucura mas é verdade.
A sensação do medo paralisa e atormenta. Ficamos sem ação diante o
confronto entre o medo e o amor. Alguém já experimentou essa mistura de
sentimentos? Ambos são intensos e difíceis de descrever. Amamos porque esse
filho existe. E o medo existe porque esse filho também existe. E aí?
Como conviver com esses dois sentimentos sem atrapalhar nossa
felicidade? Procurei Deus toda vez que experimentei esse duplo
sentimento (medo e amor). Perguntei para Deus como conviver com o medo
do meu filho ou filha nascer com necessidades especiais? Vocês imaginam a
resposta que ele me deu? O amor. È verdade. O amor é a única resposta
pertinente e absolutamente correta para o enfrentamento desse medo. E
toda vez que senti esse medo me lembrei de Deus e prevaleceu o amor.
A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o dia 3 de dezembro como Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. Em cada ano o tema deste dia baseia-se no objetivo do exercício pleno das direitos humanos e da participação na sociedade, estabelecido pelo Programa Mundial da Ação a respeito das pessoas com deficiência, adaptado pela Assembléia Geral da ONU, em 1982.
A Síndrome de Asperger na criança pode se desenvolver como um nível de
foco intenso e obsessivo em assuntos de interesse, muitos dos quais são
os mesmos de crianças normais. A diferença de crianças com SA é a
intensidade incomum desse interesse. Alguns pesquisadores sugeriram que
essas “obsessões” são essencialmente arbitrárias e carecem de qualquer
significado ou contexto real. No entanto, pesquisa recente sugere que
geralmente não é esse o caso.
Algumas vezes, os interesses são
vitalícios; em outros casos, vão mudando a intervalos imprevisíveis. Em
qualquer caso, são normalmente um ou dois interesses de cada vez. Ao
perseguir estes interesses, portadores de SA freqüentemente manifestam
argumentação extremamente sofisticada, um foco quase obsessivo e uma
memória impressionantemente boa para dados factuais (ocasionalmente, até
memória eidética). Hans Asperger chamava seus jovens pacientes de
“pequenos professores” por que ele achava que seus pacientes tinham como
compreensão um entendimento de seus campos de interesse assim como os
professores universitários..
Pessoas com Síndrome de Asperger
podem ter pouca paciência com coisas fora destes campos de interesse
específico. Na escola, podem ser considerados inaptos ou superdotados
altamente inteligentes, claramente capazes de superar seus colegas em
seu campo do interesse, e ainda assim constantemente desmotivados para
fazer deveres de casa comuns (às vezes até mesmo em suas próprias áreas
de interesse). Outros podem ser hipermotivados para superar os colegas
de escola. A combinação de problemas sociais e de interesses específicos
intensos pode conduzir ao comportamento incomum, tal como abordar um
desconhecido e iniciar um longo monológo sobre um assunto de interesse
especial em vez de se apresentar antes da maneira socialmente aceita.
Entretanto, em muitos casos os adultos podem superar estas impaciências e
falta de motivação e desenvolver mais tolerância às novas atividades e a
conhecer pessoas.
A Síndrome de Asperger (SA) também conhecida como autismo de alta funcionalidade (AAF) é caracterizada por:
Interesses específicos e restritos ou preocupações com um tema em detrimento de outras atividades;
Rituais ou comportamentos repetitivos;
Peculiaridades na fala e na linguagem;
Padrões
de pensamento lógico/técnico extensivo (às vezes comparado com os
traços de personalidade do personagem Spock de Star Trek ou “Caminho das
Estrelas” em Portugal e “Jornada nas Estrelas” no Brasil);
Comportamento socialmente e emocionalmente impróprio e problemas de interação interpessoal;
Problemas com comunicação;
Habilidade de desenhar para compensar a dificuldade de se expressar verbalmente;
Transtornos motores, movimentos desajeitados e descoordenados.
Segundo
alguns estudos, apresentam imaginação e criatividade fantasiosa mais
reduzida do que uma criatividade com bases em fatos reais;
Frequentemente, por um Q.I. verbal significativamente mais elevado que o não-verbal;
As
características mais comuns e importantes da SA podem ser divididas em
várias categorias amplas: as dificuldades sociais, os interesses
específicos e intensos, e peculiaridades na fala e na linguagem. Outras
características são comumente associadas com essa síndrome, mas nem
sempre tomadas como necessárias ao diagnóstico. Esta seção reflete
principalmente as visões de Attwood, Gillberg e Wing sobre as
características mais importantes da SA; os critérios DSM-IV representam
uma visão ligeiramente distinta. Diferentemente da maioria dos tipos de
TDI, a SA é geralmente camuflada, e muitas pessoas com o transtorno
convivem perfeitamente com os que não têm. Os efeitos da SA dependem de
como o indivíduo afetado responde à própria síndrome.
A Síndrome de Asperger, também conhecida como autismo de alta
funcionalidade (AAF), se relaciona com o transtorno de Asperger por
seis critérios principais, que definem a síndrome como uma condição com
as seguintes características:
Prejuízo severo e persistente na interação social;
Desenvolvimento de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades;
Prejuízo clinicamente significativo nas áreas social, ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento;
Nenhum atraso significativo no desenvolvimento da linguagem;
Não
há atrasos clinicamente significativos no desenvolvimento cognitivo ou
no desenvolvimento de habilidades de auto-ajuda apropriadas à idade,
comportamento adaptativo (em outra área que não na interação social) e
curiosidade acerca do ambiente na infância.
A não-satisfação dos critérios para qualquer outro transtorno invasivo do desenvolvimento específico ou esquizofrenia.
A
Síndrome de Asperger é um transtorno do espectro do autismo (ASD em
inglês), uma das cinco condições neurológicas caracterizadas por
diferenças na aptidão para a comunicação, bem como padrões repetitivos
ou restritivos de pensamento e comportamento. Os quatro outros
transtornos ou condições são autismo, síndrome de Rett, transtorno
desintegrativo da infância e PDD não especificado (PDD-NOS – transtorno
invasivo do desenvolvimento sem outra especificação).
O
diagnóstico da SA é complexo em virtude de que mesmo através do uso de
vários instrumentos de avaliação não existe um exame clínico que a
detecte. A Síndrome de Asperger foi em tempos chamada Psicopatia
Autista e Transtorno Esquizóide da Infância, apesar de tais termos serem
atualmente entendidos como arcaicos e imprecisos, e portanto não mais
aceitos no uso médico.
A chamada síndrome
de Asperger, transtorno de Asperger ou desordem de Asperger (SA), é uma
síndrome do espectro autista, diferenciando-se do autismo clássico por
não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento
cognitivo ou da linguagem do indivíduo. A validade do diagnóstico de SA
como condição distinta do autismo continua incerta, estando atualmente a
discutir-se a junção dos dois diagnósticos no “Diagnostic and
Statistical Manual of Mental Disorders”
A SA é mais comum no sexo
masculino. Quando adultos, muitos podem viver de forma comum, como
qualquer outra pessoa que não possui a síndrome. Há indivíduos com
Asperger que se tornaram professores universitários (como Vernon Smith,
“Prémio Nobel” de Economia de 2002). No entanto, no Reino Unido
estima-se que apenas 12% terá emprego de período integral.
O termo
“síndrome de Asperger” foi utilizado pela primeira vez por Lorna Wing
em 1981 num jornal médico, que pretendia desta forma homenagear Hans
Asperger, um psiquiatra e pediatra austríaco cujo trabalho não foi
reconhecido internacionalmente até a década de 1990. A síndrome foi
reconhecida pela primeira vez no Manual Diagnóstico e Estatístico de
Desordens Mentais, na sua quarta edição, em 1994 (DSM-IV).
Alguns
sintomas desta síndrome são: dificuldade de interação social, falta de
empatia, interpretação muito literal da linguagem, dificuldade com
mudanças, perseveração em comportamentos estereotipados. No entanto,
isso pode ser conciliado com desenvolvimento cognitivo normal ou alto.
Alguns
estudiosos afirmam que grandes personalidades da História possuíam
fortes traços da síndrome de Asperger, como os físicos Isaac Newton e
Albert Einstein, o compositor Mozart, os filósofos Sócrates e
Wittgenstein, o naturalista Charles Darwin, o pintor renascentista
Michelangelo, os cineastas Stanley Kubrick e Andy Warhol e o xadrezista
Bobby Fischer, além de autores de diversas obras literárias, como no
caso de Mark Haddon.
A matéria abaixo foi extraída do blog “Estou autista.”
Conheça a incrível história do pianista autista e deficiente visual Derek Paravinici.
Derek
Paravicini nasceu prematuro, com 25 semanas de gestação (o normal são
40 semanas). Sua cegueira foi causada por uma terapia com oxigênio dada a
ele durante o tempo em que ficou em uma unidade de cuidados intensivos
neonatais. Isso também afetou o seu cérebro em desenvolvimento,
resultando em sua incapacidade grave de aprendizado. Ele também tem
autismo e é Savant.
“Derek
nasceu com menos de um quilo. Teve morte clínica por duas ou três
vezes”, lembra o pai, Nick Paravicini. “Parece ter perdido parte das
funções cerebrais. Não conseguia aprender como as outras crianças”.
Começou a tocar piano com dois anos de idade quando sua babá tentando
lhe distrair pegou um teclado antigo de seu avô. No início, Derek
utilizou seus punhos, palmas das mãos para tocar porém fora do teclado.
Gradualmente, porém, sem aula, ele começou a movimentar as mãos em
sincronia, para cima e para baixo das teclas e logo ele estava formando
acordes. Um dia, sua irmã mais velha, Libbet, foi correndo até a sala
onde estavam seus pais, Nicolas Paravicini and Mary Ann Parker Bowles, e
anunciou: “Rápido, rápido, venham e vejam, Derek está tocando o hino
que cantamos na igreja”
Como tinha acontecido aquele “milagre” era
o que todo mundo se perguntava. O que aconteceu? Como ele magicamente
teve a capacidade de produzir música de dentro de seu cérebro
danificado?
Seus pais o colocaram na escola de música para
deficientes visuais Linden Lodge School, em Londres. Em sua visita
introdutória para a escola, na sala de música, ele se livrou de seus
pais e foi direto para um piano que já estava sendo usado e então
empurrou a pessoa que estava tocando, Adam Ockelford, para poder tocar.
Ockelford, hoje seu mentor e treinador, o encorajou e programou aulas
que primeiramente eram semanais e, em seguida passaram a ser diárias.
“Seu
fascínio com padrões abstratos de som, aquelas milhares de horas
passadas simplesmente ouvindo durante os primeiros 20 meses de sua vida,
em grande parte não contaminadas pelo entendimento, foram a causa de
milhões de conexões neuronais” diz o professor Ockelford. “E são estas
conexões que já estavam por trás do surgimento de uma musicalidade
precoce.”
O professor Derek Ockelford ensinou a Derike suas
técnicas convencionais e também as não-convencionais – em especial o seu
desejo de tocar a música o mais alto possível!
Ainda hoje, em
Bristol, o professor está ao lado de Derek, gentilmente lhe guinado e
apresentando e batendo-lhe nas costas, encorajando-o a continuar tocando
quando o público entra em erupção novamente.
Quase não existem
relatos na história de gente com essa combinação de talentos. Além da
supermemória, Derek é capaz de ouvir qualquer nota musical, identificar e
reproduzir. Essa é uma habilidade conhecida como “ouvido absoluto”.
Ouvido absoluto é a capacidade de ouvir um acorde com as 10 notas e
identificar cada uma.
“Diziam que Derek era um grande papagaio,
capaz de reproduzir o que ouvia”, lembra doutor Ockelford. Mas ele
provou que as pessoas estavam erradas. Derek mostrou que também dá um
show na hora do improviso!
Derek fez seu primeiro concerto aos
sete anos em Tooting Leisure Centre no sul de Londres. Aos nove anos, o
menino cego e autista teve sua estréia como concertista anunciada pela
TV. O pequeno Derek empolgou o público tocando jazz com uma orquestra
filarmônica.
Aos dez, ele foi agraciado com o prêmio infnatil Barnardo’s Children’s Champion entregue por Lady Di.
Desde
então, Derek tem desempenhado vários concertos. Ele nunca foi pago,
tocando na maior parte do tempo em prol de caridade, e seu público varia
de pacientes com demência, que prosperam com as velhas canções que ele
produz, a pedido, a celebridades. Ele já tocou duas vezes em Downing
Street – para Tony Blair e Gordon Brown. Ele ainda tocou pedidos de Hugh
Grant.
“Eu gosto de ter uma audiência quando eles me apaludem”, diz Derek. “Eu não fico nervoso antes de tocar”.
Apesar
de seu dom da música, habilidades verbais de Derek são limitadas. Seu
Inglês é bem falado, alto e claro, mas a sua capacidade de pensamento
não se alonga muito. Ele é um echolalico, o que significa que ele repete
o que você diz a ele, transformando a sua pergunta em um comunicado.
Você sabe Smoke Gets in Your Eyes, Derek? Alguém pergunta. “Sim, eu sei Smoke Gets in Your Eyes.
Derek se comunica muito bem é através da música:
“É
uma compensação maravilhosa para suas deficiências”, explica Nicolas,
seu pai. “Ele ama as pessoas e sua interação com eles é através da
música e tocando algo para elas.”
Uma das suas peças favoritas é
Karma Chameleon do Culture Club jogado em um estilo ragtime. “Demorou
muito tempo para ensinar Derek sobre estilos”, diz o Prof Ockelford.
“Enquanto as peças são simples para ele entender, o estilo é mais
abstrato.”
Derek tem hoje 30 anos e mora em uma casa de cuidados
em Redhill, Surrey, administrada pelo Instituto Nacional para Cegos
Real pois ele necessita de cuidados especiais e sua guarda estava sendo
disputada pela família na justiça. Em maio desse ano o Tribunal de
Proteção, que controla o futuro de adultos incapazes de gerir seus
próprios assuntos, nomeou sua família (mãe, pai e irmã) como responsável
por cuidar de seu bem-estar e futuro profissional.
A esperança da família, com a decisão do tribunal, é que Derek
finalmente será capaz de ganhar a vida com seu talento. Ele está
esperando para fazer uma série de mini-tours em os EUA, onde ele é bem
conhecido depois de aparecer duas vezes no popular programa CBS News 60
Minutes. Fala-se também de conseguir um contrato de gravação
profissional.
“Esperamos que ele possa ser capaz de começar a
ganhar a vida por si mesmo”, diz Nicolas. “É um grande passo para ter
uma vida normal. Com sua própria renda, ele pode ser capaz de abandonar a
assistência residencial, começar sua própria casa, e ter um cuidador
para morar com ele. Finalmente, esta é uma chance para ele continuar
fazendo o que ele ama.”
Em seu site oficial, vi que Derek já
gravou seu primeiro CD comercial e é um album solo chamado de “Echoes
of the Sounds to be”. O CD traz uma compilação de melodias empolgantes
dos compositores como Harold Arlen, Jerome Kern, Thelonious Monk, Thomas
“Fats” Waller, Stephen Sondheim, Scott Joplin e Jelly Roll Morton e foi
produzido por Evangelos Himonides (Instituto de Educação da
Universidade de Londres) e Ockelford Adam (Roehampton University).
Derek já está gravando seu segundo CD e fazendo muitos shows pelo mundo todo.
Com certeza sua vida é tocar. E nós temos o privilégio de escutar (ainda que de longe…)
Ouça um dos shows de Derek em Oxford na Inglaterra.
Pessoas com deficiência podem e devem se exercitar, mas para isso é
preciso buscar informação e apoio para conseguir adaptar o trabalho às
limitações de cada um. Não é preciso que tudo esteja perfeito para
começar o trabalho, com algumas adaptações e boa vontade do professor, é
possível se exercitar em qualquer lugar.
Isidoro de Almeida Jr,
Julie Nakayama e Alex Souza mostram ao UOL Ciência e Saúde o que fazem
para se manter ativos e são unânimes em dizer que os exercícios são
essenciais para a auto estima e ânimo de qualquer um, com ou sem
deficiência. Além de melhorar a auto estima e a visão sobre a própria
capacidade, os exercícios ajudam as pessoas com deficiência a conquistar
pouco a pouco a autonomia.
Nenhum tipo de exercício substitui a
fisioterapia nos casos em que ela é indicada pelo médico, mas pode
complementar o trabalho. Os exercícios escolhidos devem sempre ser
autorizados pelo médico que acompanha a pessoa com deficiência, assim
ele poderá informar para o professor que cuidados tomar, o que precisa
ser feito e o que deve ser evitado.
A fisioterapia, quando
indicada pelo médico, só pode ser prescrita e acompanhada por
profissionais de fisioterapia e não é substituída pela musculação. Os
exercícios, como corrida, bicicleta, esportes ou musculação devem ser
prescritos pelo professor de educação física, sempre seguindo
recomendações do médico e do fisioterapeuta que acompanham o aluno.
No
caso daqueles que fazem fisioterapia, o professor de educação física
que acompanha os exercícios deve ser informado do trabalho que está
sendo feito pelos fisioterapeutas e, se possível, os profissionais devem
ser colocados em contato pelo aluno para que consigam fazer um trabalho
complementar.
O projeto “Era uma vez um Conto de Fadas Inclusivo” é uma coleção de
11 livros, com textos e ilustrações de Cristiano Refosco. A inspiração
foi os Contos de Fadas, com o diferencial de que os personagens
principais apresentam algum tipo de deficiência, como mostra a
ilustração abaixo. Os 11 livros terão ainda versão em áudio. Esse
projeto tem apoio do Ministério da Cultura, Governo Federal, CULT
Assessoria e Projetos Culturais e Lei de Incentivo a Cultura.
Cristiano
Refosco é fisioterapeuta, atua na área da neuropediatria há 11 anos,
sendo que atualmente integra a equipe da Kinder- Centro de Integração da
Criança Especial em Porto Alegre e é diretor da Inclus Ltda., empresa
que presta consultoria na área de inclusão e acessbilidade.
CULT – ASSESSORIA E PROJETOS CULTURAIS | www.cultassessoria.com.br
A
Cult Assessoria e Projetos Culturais atua na área de produção cultural e
assessoria de comunicação há 16 anos, desenvolvendo projeto culturais
que contemplam educação, inclusão social e acessibilidade. Entre seus
clientes se destacam o Monumenta Porto Alegre, a UFRGS, a Mil Palavras
Acessibilidade Cultural e diversas prefeituras.
Leandro
Selister é artista plástico e designer. Atua no mercado há mais de 10
anos, desenvolvendo projetos em design gráfico, web design e grafite
eletrônico. Oferece também serviços de Assessoria de Imprensa e
Comunicação através de parceria com a jornalista Roberta Selister.
Uma sentença
declarada da prisão do amor é a chegada de um filho. Existem três momentos que
a nossa sentença de amor começa a ser dada: o primeiro momento é a notícia da
gravidez, o segundo momento é o
crescimento da barriga e o terceiro momento é som do primeiro choro do bebe.
Nos apaixonamos definitivamente por aquela criatura frágil e pequena e
começamos a entender o que é o amor. Mas quando aquela criaturinha frágil e
pequena nasce com alguma necessidade especial achamos que fomos sentenciados a
junção do sofrimento e do amor. Lutamos como grandes advogados pela negação do
óbvio. Rejeitamos a intimação do diagnóstico. E revogamos a Deus nossos
milhares de porquês. Mas enquanto vivemos esse turbilhão de mandatos e pedidos
de expedição para que nossa vida volte novamente a entrar no eixo, nosso bebe
vai crescendo, nossos cuidados também e aí...já era.. somos sentenciados a
amá-los e protegê-los para sempre.
Com o passar do tempo, acreditamos
seriamente que esse filho é nosso prisioneiro. Acreditamos que ficará para
sempre ao nosso lado, será sempre nosso filho mais frágil, que precisa mais dos
nossos cuidados que os outros filhos e tornamos nossa relação mais delicada e
nossa presença mais marcante. Acho que a sensação da superproteção parece ter
uma mera semelhança com verdadeiros prisioneiros sentenciados em celas na
prisão. Contamos os dias para que os tratamentos acabem, esperamos sempre a
visita das boas notícias, desejamos que as pessoas não nos trate com diferença
quando estamos no convívio social, ficamos chateados com olhares de
preconceito, entristecemos com comentários de derrota e descansamos nossos
corações em Deus aguardando dias melhores.
A única e grande diferença entre um
prisioneiro e mães e pais de pessoas com necessidades especiais, é a liberdade.
O prisioneiro espera ansiosamente anos pela liberdade, e nossas famílias não.
Não sabemos bem como lidar com a liberdade. Ela muitas vezes pode significar autonomia,
desenvolvimento e aceitação, mas também pode significar ruptura, partida e dor.
Fazer o que?? Faz parte do processo da vida. A liberdade de ir e vir. E todos
lutamos por isso desde pequenos. Brigamos com nossos pais porque queremos ir na
casa dos amigos, sair pra festas e shopping, namorar..enfim è uma parte do
processo da vida inadiável. Esses filhos tão queridos fruto do nosso
amor, tem que ser libertos dos vasos de flores e da raiz das arvores.
Eles tem que brotar sozinhos, dar sementes e gerar novos frutos e flores. Eles
tem que sair da nossa prisão do amor e tomar o sol, respirar a convivência da
diversidade, molhar na chuva para que o plantio tenha valido a pena. E com
certeza, chegara o momento de abrir as portas dessa prisão e deixá-los partirem
para a liberdade de escolha e autonomia em suas vidas mesmo que seja uma
decisão difícil e dolorosa. A sentença de prisão perpetua deve permanecer
apenas com o amor, porque ele sim é infinito, tolerante e completamente
perdoável.
Universidade de São Paulo ganha o primeiro Centro de Referência para o Cão-Guia no País com capacidade para 92 animais.
Os paulistas com deficiência visual poderão ter a partir do próximo ano
um cão-guia, que será encaminhado gratuitamente pela Secretaria Estadual
dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Cão é visto durante a cerimônia de assinatura do decreto que cria o Programa do Cão-Guia
Foi iniciado, nesta quarta-feira, o Programa do Cão-Guia e a construção
do primeiro Centro de Referência para o Cão-Guia no País, em um prédio
sustentável, na Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista,
com capacidade para até 92 animais. Além da criação e treinamento de
cães-guia para pessoas com deficiência visual, o programa definirá os
parâmetros em relação ao uso do cão-guia e os métodos de treinamento.
De acordo com a secretaria, os filhotes dos cães que farão parte do
treinamento serão entregues, em um primeiro momento, a uma família
adotiva, selecionada pelo programa, e que cuidará do cão durante um ano,
com vacinas e alimentação fornecidas pelo governo. Os filhotes serão
visitados periodicamente por um membro do Centro para verificar o
desenvolvimento do animal.
Após o primeiro ano com a família, o cão é encaminhado ao centro de
treinamento, por onde passará por um adestramento intensivo, específico
para guia de cegos. Nessa etapa, o animal será avaliado permanentemente
por treinadores qualificados, contratados pelo Centro e avaliados
clinicamente por veterinários da Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia da USP. O treinamento terá duração de quatro a seis meses,
dependendo da evolução do animal.
Após o treinamento, os cães serão encaminhados gratuitamente às
pessoas com deficiência visual, que também serão previamente
selecionadas e treinadas no Centro de Referência. Segundo o governo do
Estado, estima-se que no Brasil haja cerca de 16 milhões de pessoa com
deficiência visual, dos quais aproximadamente 2,6 milhões em São Paulo.
Ontem (21/09) foi comemorado o Dia Nacional de
Luta dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Parabéns a todos aqueles
que lutaram e lutam constantemente e incansavelmente, no sentido de
promover e proteger os direitos das pessoas com deficiência. Todo ser
humano tem direito a uma vida digna!
O texto abaixo, de Claudia Grabois*, foi extraído do site Bengala Legal. Excelente site, RECOMENDO!
Cidadania Não é Sonho!
De
fato, quando falamos em inclusão de pessoas com deficiência, muitos
ainda relacionam o assunto a pena, migalhas e caridade. Talvez seja um
ranço próprio da educação, que ensinava os filhos, quando muito, a
enxergarem pessoas com deficiência como sujeitos para compaixão por
parte daqueles que eram “perfeitos e normais” aos olhos da sociedade.
Foram
centenas de anos de isolamento, exclusão e invisibilidade e este quadro
não mudará facilmente, pois em 2009, a despeito das leis que favorecem a
inclusão, ainda continua a mesma situação. Cada criança que nasce e
cada pessoa que se torna deficiente marca o início de uma nova luta pelo
reconhecimento, pela aceitação e pela dignidade humana.
Os meios
de comunicação não favorecem, pois as induções e linguagens
inapropriadas fazem com que a segregação siga o seu curso e contribua
para a continuidade do preconceito e, por consequência, da
discriminação.
As pessoas com deficiência e suas famílias precisam
assumir o papel de protagonistas de suas próprias histórias e escolher
em que modelo social pretendem viver e fazer com que se torne realidade.
De
nada adiantam leis que não são reconhecidas de fato pelos principais
interessados. Nossas leis falam em reconhecimento, autonomia, direitos
iguais, modelo social, inserção laboral, direitos e deveres,
acessibilidade, inclusão, educação inclusiva e criminalizam a
discriminação. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
que foi ratificada chega para reforçar e definir a escolha pelo caminho
da inclusão e da dignidade humana.
De fato existe uma militância
ativa, que busca os direitos de todos, mas a pergunta é se os demais
interessados estão acompanhando e vivenciando estas mudanças e, mais
ainda, se reconhecem a si mesmos como sujeitos desta história de lutas
pelos direitos humanos das pessoas com deficiência.
A despeito de
todas as leis que existem e virão a existir, pessoas com deficiência só
deixarão de ser invisíveis se forem vistas como protagonistas e não como
coadjuvantes na medida em que se sentirem cidadãos merecedores da
cidadania e à medida que se reconhecerem no outro, seja ele com ou sem
deficiência. O reconhecimento do que se é, livre de barreiras pessoais,
livre do autopreconceito e da não aceitação dos que os cercam produz o
sujeito pleno de direitos.
O questionamento começa em como agiriam
as pessoas que têm deficiência ou têm filhos com deficiência se não os
tivessem. Teriam preconceitos? Será que muitos mesmo que não saibam
ainda têm? Será que reconhecemos de fato pessoas com deficiência como
cidadãos plenos, como protagonistas?
A questão é se queremos
inclusão e acessibilidade plenas, se acreditamos de verdade que pessoas
com deficiência são pessoas, se fazem parte da diversidade composta por
pessoas com e sem deficiência, ser baixas, gordas, altas, usar óculos,
loiras, morenas, de religiões variadas ou ateus e muitas outras
características que só gente tem.
Bem, é para pensar no que
queremos e em que acreditamos, mas se é a inclusão o que queremos, então
vamos lutar por ela, lutar para que se torne realidade. Não é nada
fácil, mas nunca foi tão possível, basta querer, acreditar e ousar para
si mesmo (19/09/2009).
*Membro da Comissão de Dreitos Humanos e
Assistência Judiciária (CDHAJ) da OAB/RJ, Portal Inclusão Já! e Rede
Inclusiva / Direitos Humanos – Brasil
Caro leitor, O artigo abaixo, foi extraído do site Bengala Legal. O texto é do educador português José Pacheco*.
Aos
cínicos (que ainda encontro por aí…) direi que, onde houver turmas de
alunos enfileirados em salas-celas, não haverá inclusão. Onde houver
séries de aulas assentes na crença de ser possível ensinar a todos como
se de um só se tratasse, não haverá inclusão.
Nunca será de mais
voltar ao assunto, para lembrar que, apesar da teoria e contra ela, a
realidade diz- nos que, desde há séculos, tudo está escrito e tudo
continua por concretizar. Nunca será de mais falar de inclusão. Nunca
será de mais lembrar que os projectos humanos carecem de um novo sistema
ético e de uma matriz axiológica clara, baseada no saber cuidar,
conviver com a diversidade.
A chamada educação inclusiva não
surgiu por acaso, nem é missão exclusiva da escola. É um produto
histórico de uma época e de realidades educacionais contemporâneas, uma
época que requer que abandonemos muitos dos nossos estereótipos e
preconceitos, que exige que se transforme a “escola estatal” em escola
pública – uma escola que a todos acolha e a cada qual dê oportunidades
de ser e de aprender.
Os obstáculos que uma escola encontra,
quando aspira a práticas de inclusão, são problemas de relação. As
escolas carecem de espaços de convivencialidade reflexiva, de procurar
compreender que pessoas são aquelas com quem partilhamos os dias, quais
são as suas necessidades (educativas e outras), cuidar da pessoa do
professor, para que se veja na dignidade de pessoa humana e veja outros
educadores como pessoas. Sempre que um professor se assume
individualmente responsável pelos actos do seu colectivo, reelabora a
sua cultura pessoal e profissional… “inclui-se”. Como não se transmite
aquilo que se diz, mas aquilo que se é, os professores inclusos numa
equipa com projecto promovem a inclusão.
Aos adeptos do pensamento
único (que ainda encontro por aí…) direi ser preciso saber fazer
silêncio “escutatório”, fundamento do reconhecimento do outro. Que
precisamos de rever a nossa necessidade de desejar o outro conforme
nossa a imagem, mas respeitá-lo numa perspectiva não narcísica, ou seja,
aquela que respeita o outro, o não-eu, o diferente de mim, aquela que
não quer catequizar ninguém, que defende a liberdade de ideias e
crenças, como nos avisaria Freud. Isso também é caminho para a inclusão.
Aos
cínicos (que ainda encontro por aí…) direi que, onde houver turmas de
alunos enfileirados em salas-celas, não haverá inclusão. Onde houver
séries de aulas assentes na crença de ser possível ensinar a todos como
se de um só se tratasse, não haverá inclusão. Direi que, enquanto o
professor estiver sozinho, não haverá inclusão.
Insisto na
necessidade da metamorfose do professor, que deve sair de si
(necessidade de se conhecer); sair da sala de aula (necessidade de
reconhecer o outro); sair da escola (necessidade de compreender o
mundo). O ethos organizacional de uma escola depende da sua inserção
social, de relações de proximidade com outros actores sociais.
Também
é requisito de inclusão o reconhecimento da imprevisibilidade de que se
reveste todo o acto educativo. Enquanto acto de relação, ele é único,
irrepetível, impossível de prever (de planear) e é de um para um
(questionando abstracções como “turma” ou “grupo homogéneo”), nas
dimensões cognitiva, afectiva, emocional, física, moral… As escolas que
reconhecem tais requisitos estarão a caminho da inclusão.
Na
solidão do professor em sala de aula não há inclusão. Nem do aluno,
metade do dia enfileirado, vigiado, impedido de dialogar com o colega do
lado, e a outra metade, frente a um televisor, a uma tela de computador
ou de telemóvel… sozinho. A inclusão depende da solidariedade exercida
em equipas educativas. Um projecto de inclusão é um acto colectivo e só
tem sentido no quadro de um projecto local de desenvolvimento
consubstanciado numa lógica comunitária, algo que pressupõe uma profunda
transformação cultural.
*Especialista em Música e em Leitura e
Escrita, é mestre em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e
Ciências da Educação da Universidade do Porto.
Coordena, desde
1976, a Escola da Ponte, da qual é idelizador, instituição que se
notabilizou pelo projeto educativo inovador, baseado na autonomia dos
estudantes.
É autor de livros e de diversos artigos sobre educação, definindo-se como “um louco com noções de prática”.
Assista esse vídeo comovente da campanha alemã Pro infirmis, sobre inclusão de pessoas com deficiência. Esse vídeo mostra exatamente como uma pessoa com deficiência se sente diante de uma sociedade tão preconceituosa e discriminatória.
Precisamos usar disfarce, para que se aproximem? Então… Que se aproximem.
Para quem ainda não viu os cartazes da campanha Pro infirmis, acesse aqui.
Uma criança cega precisa escrever uma redação sobre as cores das flores. O vídeo mostra o desafio do menino para conseguir cumprir a tarefa. A tradução para o português foi feita para o blog "Assim como Você", de Jairo Marques.
Independente das nossas diferenças ou dificuldades, todos temos percepções da mesma forma e todas elas são válidas... Precisamos enxergar as possibilidades diversas para cada um, sem limitar, e sim incentivar o desenvolvimento SEMPRE. Eu ACREDITO e quero muito ver isso acontecer em todos os lugares.
Vivemos em um mundo onde muito se fala sobre Direitos Humanos, mas o desrespeito permanece em pauta para muitos dos humanos. Na maioria das vezes, no imaginário coletivo, quando se fala em direitos humanos associamos com cadeias lotadas, práticas cruéis e de tortura para presos. Ocorre que, existem várias pessoas que, apesar de serem gente, da mesma espécie científica dos homo sapiens, parecem invisíveis e não são facilmente associadas as questões que envolvem direitos humanos.
Estou falando das pessoas com deficiência, que em muitos casos não cometeram nenhum crime e que ainda pagam impostos, mas são excluídas da possibilidade de usufruir de direitos humanos básicos, simplesmente por conviverem diariamente com uma deficiência que receberam de “presente da vida”.
Importante esclarecer que a deficiência dessas pessoas é só mais uma característica dentre as várias que todo mundo possui, mas comumente é representativa dessas pessoas, como se a pessoa fosse sua deficiência, o que é um absurdo!
Muitos dos meus leitores vão dizer que não, que as pessoas com deficiência também são sujeitos de direitos, inclusive os humanos e universais, e que a legislação brasileira e até a nossa Constituição não fala em diferentes níveis de cidadania.
Tudo muito lindo até aparecer uma pessoa com deficiência no mundo real e que queira estudar na sua escola, ler os livros que você publicou, trabalhar na sua empresa, divertir-se no seu estabelecimento de lazer, até mesmo freqüentar a sua igreja, assistir a um casamento ou fazer uma visita à sua casa ou local de trabalho.
O pânico aumenta se essa pessoa se recusar a ser carregada ou se simplesmente apontar que o problema é a escada, a falta de livro no formato acessível, a ausência de áudio-descrição na propaganda linda que você colocou na televisão, ou a falta de acessibilidade virtual no sítio da sua empresa. Bom, a sua casa estaria resguardada não fosse aquela vontade incontrolável de sua visita que, depois de uns aperitivos precisa, como toda pessoa, usar o banheiro.
E agora? Você não sabia e não foi informado/a que em uma porta de 60 centímetros não passa uma cadeira de rodas? Você não tem obrigação de saber que o livro impresso não atende todas as necessidades de todos os leitores e que isso pode ser considerado, pelo código do consumidor, um defeito? E você que é o responsável pela igreja esqueceu que a porta lateral — aquela onde tem a rampa exigida pela Prefeitura — precisava estar aberta? Será que pedir desculpas vai adiantar alguma coisa ou só vai piorar a raiva pela exclusão tácita que a pessoa está sentindo?
A escola não pode recusar a matrícula porque é crime, mas ela cria tanta confusão na hora em que é informada sobre a deficiência da criança, que muitos pais preferem não expor seus filhos a tamanha discriminação.
É por isso que afirmamos que vivemos num APARTHEID silencioso contra as pessoas com deficiência. Ninguém diz que não se pode entrar na igreja, só que a porta, quando existe, está trancada e ninguém tem a chave e ainda pior, ninguém pensa em como abrir a porta, mas em como se livrar daquela pessoa com deficiência ou em como evitar a presença dela para não mostrar a incoerência entre o discurso e a prática.
Naquele momento o problema é a presença da pessoa com deficiência e simplesmente é bastante complexo para a pessoa, nessas situações de “crises”, que só quer participar, mostrar que o problema é a falta de acessibilidade ou o desrespeito aos direitos daquele ser humano ali diante de você.
E no imaginário coletivo e na vida real, vamos criando mais e mais barreiras para separar essas pessoas do nosso convívio. Transporte acessível? Só especial e separado porque não podemos imaginar que uma pessoa queira sair de sua casa e viver… E por falar nisso, quando encontramos alguém com deficiência que está aí no mesmo lugar que você, batalhando por sua independência como a maior parte dos brasileiros e das brasileiras, logo rotulamos – EXEMPLO DE VIDA, não queremos saber de fato o que ela faz, mas para segregar colocamos em outra categoria dos que devem ser admirados… Porque assim fica mais fácil deixá-los longe de nosso convívio.
Mas ainda nos resta uma esperança que a Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, primeiro Tratado Internacional de Direitos Humanos, elaborada pela ONU e com caráter vinculante, seja ratificada pelo Brasil, com quórum qualificado para dar visibilidade a 14,5% da população, de acordo com o Censo Demográfico do IBGE de 2000 para que possa ser usada como arma de enfrentamento mundial desse terrível APARTHEID silencioso e que você pode contribuir e muito para sua manutenção se continuar omisso e fazendo de conta que não vê tudo o que disse acima.
Por isso e muito mais, queremos que essa Convenção seja rotulada como a Convenção contra o APARTHEID das pessoas com deficiência.
* Ana Paula Crozara de Resende – advogada, membro do Centro de Vida Independente Araci Nallin, professora de acessibilidade e inclusão social da Universidade de Uberaba.
Este blog foi criado para divulgar e compartilhar informações, ideias, experiências e histórias de superação com todas as pessoas que acreditam que a diversidade não é problema e querem dizer NÃO ao preconceito e a discriminação. Somos capazes de ACREDITAR, ACEITAR e CONVIVER com as diferenças. Respeitar as diferenças é amar as pessoas como elas são. Ser DIFERENTE além de NORMAL é NATURAL!
O casamento terminou, mas a nossa missão continua!
-
Levei meses para chegar até aqui e escrever tudo aquilo que me vai no
coração. Há coisas que entram demasiado na nossa intimidade mas, por
respeito a tod...
Fraldário do Prontomed Santa Casa
-
Como vimos num post anterior, o Prontomed é um centro de atendimento médico
de convênios e particulares, e fica localizado na Santa Casa de Campo
Grande (M...
Reportagem Fantástico - Álbum sensorial - Comentada
-
Olá Leitores
Com certeza muitos de vocês assistiram a reportagem do fantástico, sobre o
casal de cegos que receberam um álbum sensorial do ensaio fotográfi...
Panqueca Fácil e Gostosa
-
Domingo é dia de... panqueca. Tem coisa melhor do que acordar e preparar um
café para a família toda ou até para você mesmo se deliciar sozinho? Mas
tem...
Decisão Judicial
-
#DecisãoJudicial | Uma servidora pública teve a sua carga horária
reduzida de 8 para 4 horas diárias, sem necessidade de compensação, para
ela cuidar d...
GPS para cegos
-
Que Pernambuco tem gente inovadora todo mundo sabe. Mas o estudante Marcos
Antônio da Penha (foto), de 27 anos, superou as expectativas quando criou o
An...
Revista Surdez e Diversidade – Setembro Surdo 2024
-
Setembro chegou novamente, com a campanha de conscientização sobre a *Diversidade
Surda*.
Para celebrar e divulgá-la, trazemos a nova edição do e-zine es...
Placas em Libras
-
Vamos conferir algumas placas em Libras usadas nas escolas para
Comunicação Visual. Este é mais um produto pensado e confeccionado pela
empresa Superefic...