24 de julho de 2011

MILHO DE PIPOCA

Texto de Cylene Medrado

O estouro da vida e o do milho de pipoca
Vocês até podem considerar “estranha” a comparação entre andar, falar e um grão de pipoca, mas é desse jeito que vejo a minha expectativa no andar e falar do Mateus.
Quando penso em milho de pipoca já me vem à idéia de um saquinho transparente com centenas de grãos. Primeiro, tem que haver alguém desejando devorá-la para que seja feita, porque ninguém come pipoca por comer, comemos pelo desejo, pela vontade. Assim começa minha comparação com o desenvolvimento do Mateus. 
 Não preciso dizer, que sou eu a pessoa que mais “deseja” ver essa pipoca estourando, porque quando um bebe nasce, e é  portador de necessidades especiais você deseja..deseja...que ele seja com os outros grãos, mas percebe que, na maternidade, apenas lá, todos os bebes são iguais, são como os grãozinhos no saquinho transparente; estão deitadinhos, com a família desejosa para levá-los pra casa.
Mas quando eles vão crescendo e a vida começa entrar no ritmo, percebemos que somos “todos diferentes”,  e que com o desenrolar e rotina de toda família, cada filho é uma nova experiência. No caso do teteu, não basta jogar o óleo, o grão e ligar o fogo. Preciso de mais. Essa receita é mais delicada e demanda mais destreza e atenção. A panela, a quantidade de óleo, o vigor da chama e o sal devem ser dosados para que não queime o milho ou fique sem sabor. A receita da melhor estimulação de um filho especial e de uma pipoca deliciosa começa em dosar a dedicação, moderar na superproteção, acreditar que o grão é de boa qualidade, curtir cada estouro dos grãos e perceber o aroma da conquista. Essa pipoca é gostosa porque é desejada diariamente. Acordo todos os dias aguardando que minha chama estoure na medida exata um grãozinho do Mateus. Ás vezes, esse estouro vem em forma de sorriso, sílabas e brincadeiras. E quando sobra piruá na panela? Procuro rever as novas estratégias de dedicação e amor.
Sempre adorei pipoca, mas nunca achei que ia ficar a beira da panela esperando todos os milhos estourarem sem deixar nenhum piruá. 

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