Texto de Cylene Medrado
Algumas pessoas acreditam veemente no poder das linhas das
mãos. Nossas mãos são extremamente úteis para a nossa rotina diária e tão
preciosas que precisamos delas para comer, nos arrumar, fazer carinho,
telefonar para os amigos, enfim...fazemos tantas coisas. Podemos usá-las tanto
para o amor como para violência . São usadas para pedir a benção, receber a
hóstia, troca de aliança no casamento e até mesmo usadas em frases de impacto
do tipo: “minha vida está em suas mãos”. Mas nunca imaginei que essa
frase tivesse algum impacto na minha vida. Como assim? Como as mãos poderiam
ter alguma influência sobre a minha vida. Como as mãos poderiam contribuir no
diagnóstico da síndrome de Down do meu Mateus. A explicação está nas características
físicas dos portadores da síndrome de Down e uma delas é a prega palmar que
forma a letra M. Ironia do destino a letra M de
Mateus. E como procurei essa danada da letra M nas mãozinhas
do Mateus. Olhava, olhava e via a letra M. Só eu. Porque as
pediatras não viam. kkkk. Eu afirmava que os olhinhos pareciam com os olhos dos
parentes. E eu não tenho parentes japoneses. Longe disto. O parentesco mais
próximo do Mateus com o estrangeiro é o português kkkkk. A família do meu
marido é portuguesa. Quer dizer, se no rosto não conseguia enxergar os olhinhos
Down, óbvio que nunca iria encontrar outra letra que não fosse o M nas mãos do
Mateus. Era como se fosse uma necessidade. Ele tinha que ter aquelas linhas nas
mãos para que a possibilidade da síndrome de Down estivesse longe do meu filho.
E um dia, eu tive a coragem de perguntar para a Letícia o que ela via nas
mãozinhas do Mateus. Já conheceram criaturas mais sinceras que do que as
crianças? kkk pois é. Ela respondeu com extrema franqueza. – Ué mãe, uma mão
dele faz a letrinha m como faz a da gente, mas a outra mãozinha dele tem a
letrinha A. Ela levantou da cama e saiu do quarto. Eu? Chorei. Não tinha mais
como negar. A Letícia com 6 anos consegui ver o que eu não queria. Fiquei até
mais conformada porque realmente em uma das mãozinhas dele tinha a letra m. Eu
não tava tão doida assim. Só que não dava mais pra negar o obvio. Tava na hora
de aceitar e viver essa questão de frente. Meu destino estava traçado.
Não se trata de um pensamento esotérico nem espírita. Era como se as linhas das
mãos dele traçassem a minha vida. Minha vida estava naquelas mãos. E aquela
frase que parecia piegas, agora era uma verdade. Busco traçar as metas da minha
profissão, da minha família e da minha da felicidade por causa das linhas
dessas mãos. Essas mãos que não forma a letra M de Mateus, mas
que forma a letra A de aceitação e amor. Sei que meu destino é
estender minhas mãos a muitas outras mãos, que formam tantas outras letras
formando apenas uma palavra no destino final: SOLIDARIEDADE.
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